terça-feira, 6 de novembro de 2012

ORAÇÃO A ZÉ PELINTRA

 
Esta é uma prece antiga, muito utilizada pelos nortistas e nordestinos, conhecedores dos cultos de catimbó, onde Sr Zé Pelintra é um grande mestre. Gostaria de compartilhar com todos.
 
Salve Deus Pai criador de todo o Universo.

Salve Oxalá Força Divina do Amor, exemplo vivo de abnegação e carinho.

Bendito seja o Senhor do Bonfim.

Salve Zé Pelintra, mensageiro de Luz, guia e protetor de todos aqueles que em nome de Jesus Cristo, praticam a caridade.

Dai-nos Zé Pelintra, o sentimento suave que se chama misericórdia,

Dai-nos o bom conselho,

Dai-nos apoio, instrução espiritual que necessitamos,

Para dar aos nossos inimigos,

O amor e a misericórdia, que lhe devemos pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo,

Para que todos os homens sejam felizes na terra,

e possam viver sem amarguras,

sem lágrimas e sem ódios.

Tomai-nos Zé Pelintra sob vossa proteção,

desviai-nos dos espíritos atrasados e obsessores,

enviados por nossos inimigos encarnados e desencarnados e pelo poder das trevas.

Iluminai nosso espírito,

nossa alma,

nossa inteligência

e nosso coração abrazando-nos na chama do vosso amor por nosso Pai Oxalá.

Valei-nos Zé Pelintra nesta necessidade,

concede-nos a graça do vosso auxílio junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo,

em favor deste pedido ( faz-se o pedido ).

E que Deus nosso Senhor em sua infinita misericórdia,

nos cubra de bênçãos e aumente a vossa luz e vossa força,

Para que mais e mais possa espalhar sobre a terra a caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Obs: reza-se 1 PAI NOSSO, 1 AVE MARIA, 1 SALVE RAINHA, oferecendo à Zé Pelintra ou como novena às sextas-feiras, com uma vela acesa para ele.

Saravá Seu Zé Pelintra.

MALANDROS E MALANDRAS NA UMBANDA


       
       Os Malandros e Malandras trabalham na umbanda nas giras de Exus, mas não são considerados Exus por muitos estudiosos dentro da religião. São entidades mais comuns nos terreiros do Rio de Janeiro, representando os boêmios, homens e mulheres que viveram a alegria dos bons tempos da Lapa carioca, dos cabarés, bares, entre outros lugares físicos. São chefiados pelo Sr Zé Pelintra e trabalham para qualquer tipo de causa quando seus consulentes lhe conquistam a amizade. Vamos conhecer um pouco mais desta falange, além do que os pontos cantados nos revelam.

         Malandros são considerados entidades de linha livre que trabalham nas giras de Exus pela maioria dos zeladores. A maioria dos zeladores não consideram malandros como Exus pelo fato dos Exus terem um tempo muito maior de evolução e de magia, por terem desencarnado há muito mais tempo e por serem coroados dentro das linhas de trabalho da Umbanda. Mas os Exus com certeza trabalham com estas entidades, coordenando e se servindo da liberdade e agilidade que o povo da malandragem traz. Trabalham com certeza irmanados em prol da evolução de suas falanges e dos seus filhos de fé. Os Malandros e Malandras cultivam valores como a fidelidade, a lealdade, a camaradagem e a amizade; quando amigos compram qualquer briga justa de seus protegidos.

         Por esbanjarem alegria são queridos sempre dentro dos terreiros. A maioria das entidades que trabalham nesta falange gosta de cerveja e de petiscos que relembram os tempos da boêmia. Assim como os Exus, trabalham com cigarros ou charutos e bebidas alcoólicas, com intuito de facilitar o trabalho, utilizando as propriedades voláteis do álcool e usando o fumo como defumador. As cores variam de acordo com a linha a qual são ligados, porém a maioria utiliza vermelho e branco.

         Há de se ter muita responsabilidade dentro desta gira, pois pessoas sem instrução evocam estes espíritos como vagabundos, prostitutas e marginais. Acabam dessa forma trazendo para dentro da gira falanges de kiumbas e zombeteiros que trarão efeitos contrários aos trabalhos. Por isso há a necessidade de se selecionar os pontos a serem cantados, a maioria deles foi composto por pessoas de pouco entendimento espiritual. A bebida também é algo que deve ser controlado dentro destas sessões, bem como em todas as sessões de Exus. Muitos médiuns mistificam através da bebida seu inconsciente. Exu e Malandros bebem o necessário para a realização dos trabalhos, não o necessário para embriagar ou prejudicar o corpo do médium. Da mesma forma os fumos dentro das giras não são tragados, são utilizados apenas como defumadores.

         Sr Zé Pelintra é uma entidade de muita luz e que no Rio de Janeiro trabalha na falange dos Malandros. Seu culto teve origem nos catimbós do norte e nordeste do Brasil, sendo absorvido posteriormente pela umbanda. Sr Zé dentro do catimbó é um Mestre Juremeiro, que traz o poder da cura, dos conselhos, gosta também de bebidas, danças e da presença das mulheres. No Rio, onde a cultura do samba é a mais disseminada dentre os Malandros da época, a falange de Sr Zé também absorveu esta cultura; mesmo por que vários espíritos passaram a integrar esta falange se apresentando com o mesmo nome de Zé Pelintra. Os nomes dos Malandros são variados de acordo com seus lugares de origem ou atuação: Zé Pretinho, Zé Malandro, Zé do Morro, Zé Da Lapa, Camisa Verde, Camisa Preta, Zé da Estrada, Zé da Esquina, Zé do Cais, Malandrinho, Zé Malandrinho, Rosa do Cabaré, Maria Navalha, Maria Rosa, Rosa da Lapa, Maria do Cais, Maria Homem, entre tantos outros. Vale destacar que Maria Navalha e Maria do Cais tanto se apresentam como Malandras, trabalhando numa linhagem mais livre, mais descontraída, como também como Pombagiras, realizando e desfazendo trabalhos mais densos e aceitando as mesmas oferendas das mesmas.

         Estes espíritos trazem os encantos da noite, a magia da música, da dança, da alegria, dos amores impossíveis, da elegância da época em que viveram; descarregando assim o ambiente onde trabalham e deixando a alegria no coração dos que neles têm fé. Alguns consideram Zé Pelintra como egun de Luz, já que o mesmo não é Exu, por isso muitos terreiros homenageiam Sr Zé próximo ao dia dos finados. A I.U.L.A entende esta falange como uma falange encantada e de espíritos que trabalham sob ordenanças de Exus coroados, homenageamos os Malandros nas proximidades do dia 20 de novembro, por representar o dia da consciência negra, um dia de consciência em prol de tudo que a raiz negra nos trouxe de importante, como a cultura, o samba, a fé, lembrando que estas entidades quando vivas eram discriminadas também.

         As oferendas para os Malandros variam entre sardinhas fritas, farofa de carne seca, petiscos, churrasco, camarões, cravos para os homens e rosas para as entidades femininas. Uma boa magia para se conseguir um verdadeiro amor nos caminhos de Maria Navalha, uma dama protetora dos amores impossíveis é feita com:

um padê de mel com 7 rosas vermelhas, com uma carta de baralho da figura do rei de copas no meio da oferenda, acompanhado de bebida fina e uma vela de 7 horas vermelha. As demais cartas circundarão o trabalho e após três dias, as rosas irão compor um bom banho do rosto para baixo e o rei de copas será envolvido em um saquinho de cetim vermelho que deverá andar com a mulher sempre. O padê com as demais cartas será despachado. Deve ser feito em lua nova. Esta mesma magia pode ser feita por homens, mas será entregue a Zé Pelintra, a carta do meio do padê será a dama de copas e as flores serão cravos vermelhos. Quando se é encontrado o amor a entidade deverá ser presenteada novamente e o patuá com a carta será oferecido, pedindo a Maria Navalha(mulheres) ou a Sr Zé(homens) que este amor traga felicidade e agradecendo a graça.

         Devemos lembrar que toda magia depende do ingrediente principal que é a fé, através da mentalização. Outro adendo importante é o fato de que só devemos recorrer as magias se tivermos a real necessidade das mesmas, para que não haja arrependimentos.

         Outra magia na linha dos malandros, mas para a prosperidade é oferecer ao Malandro Zé do Cais na beira de uma praia ou próximo a um cais:

Um padê de dendê com sardinhas fritas, camarões fritos, oito dados e oito moedas antigas, acompanhados de cerveja, velas azuis e brancas. Mentalizar o pedido segurando uma das moedas e um dos dados, deixar a oferenda e trazer a moeda e o dado, com os quais será feito um patuá num saquinho azul. Deve ser feito numa lua crescente.