domingo, 20 de janeiro de 2013
OKÊ CABOCLOS!
Os Caboclos
São os nossos amados Caboclos os legítimos representantes da Umbanda, eles se dividem em diversas tribos, de diversos lugares formando aldeias, eles vem de todos os lugares para nos trazer paz e saúde, pois através de seus passes, de suas ervas santas conseguem curar diversos males materiais e espirituais. A morada dos caboclos é a mata, onde recebem suas oferendas, sua cor é o verde transparente para as Caboclas e verde leitoso para os Caboclos, gostam de todas as frutas, de milho, do vinho tinto (para eles representa o sangue de Cristo), gostam de tomar sumo de ervas e apreciam o coco com vinho e mel.
Existem falanges de
caçadores, de guerreiros, de feiticeiros, de justiceiros; são eles
trabalhadores de Umbanda e chefes de terreiros. As vezes os caboclos são
confundidos com o Orixá Oxossi, mas eles são simplesmente trabalhadores da
umbanda que pertencem a linha de Oxossi, embora sua irradiação possa ser
de outro Orixá.
A sessão de
caboclos é muito alegre, lembra as festas da tribo. Eles cantam em volta do axé
da casa como se estivessem em volta da fogueira sagrada, como faziam em suas
aldeias. Tudo para os caboclos é motivo de festa como casamento, batizado, dia
de caçar, reconhecimento de mais um guerreiro, a volta de uma caçada.
Assim como os
Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual, e trabalham
"incorporados" a seus médiuns na Umbanda, dando passes e consultas,
em busca de sua elevação espiritual.
Estão sempre em
busca de uma missão, de vencer mais uma demanda, de ajudar mais um irmão de fé.
São de pouco falar, mais de muito agir, pensam muito antes de tomar uma
decisão, por esse motivo eles são conselheiros e responsáveis.
Os Caboclos, de
acordo, com planos pré-estabelecidos na Espiritualidade Maior, chegam até nós
com alta e sublime missão de desempenhar tarefa da mais alta importância, por
serem espíritos muito adiantados, esclarecidos e caridosos. Espíritos que foram
médicos na Terra, cientistas, sábios, professores, enfim, pertenceram a
diversas classes sociais, os Caboclos vêm auxiliar na caridade do dia a dia aos
nossos irmãos enfermos, quer espiritualmente, quer materialmente. Por essas
razões, na maior parte dos casos, os Caboclos são escolhidos por Oxalá para
serem os Guias-Chefes dos médiuns, ou melhor, representar o Orixá de
cabeça do médium Umbandista (em alguns casos os Pretos-Velhos assumem esse
papel).
Na Umbanda não
existe demanda de um Caboclo para Caboclo, a demanda poderá existir de um
Caboclo, entidade de luz, para com um "kiumba" ou até mesmo contra um
Exu, de pouca luz espiritual.
A denominação
"caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio,
tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos
os índios antes e depois do descobrimento e da miscigenação.
Constituem o braço
forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico,
curas (através de ervas e simpatias), desobsessões, solução de problemas
psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros
serviços e atividades executados nas tendas.
Os caboclos não
trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços
também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca". No
panorama espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados,
desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam
a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e
serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa
da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de
desobsessão pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso,
"amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra
região.
Os caboclos são
espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma
homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios
caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e
muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.
Como foram
primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os melhores
guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além
de sua utilização.
Usam em seus
trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte
física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a
nossa aura e proporcionam uma energia e força que irá nos auxiliar para que
consigamos o objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que
concedam empregos e favores, isso não é verdade. O trabalho que eles
desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepará-lo para que nós
consigamos o nosso objetivo.
A magia praticada
pelos espíritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na
Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para
desfazer a magia negativa
Os caboclos de
Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam
credibilidade e confiança a todos que os procuram, nos seus trabalhos de magia
costumam usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos.
Quase sempre os
caboclos vêm na irradiação do Orixá masculino da coroa do médium e as caboclas
vêm na irradiação do Orixá feminino da coroa do médium; mas, eles(as) podem vir
também na Irradiação do seu próprio Orixá de quando encarnados e até mesmo na
irradiação do povo do Oriente.
Onde Vivem Os Caboclos ?
Muitos já ouviram
falar que os Caboclos quando se despedem do terreiro, onde atuam incorporados
em seus médiuns, dizem que vão para a cidade de Juremá. Outros falam subir para
o Humaitá, e assim por diante.
Sabemos, no
entanto, que os Caboclos não voltam para as florestas como ordinariamente
voltam os que lá habitam.
No espaço, onde se
situam as esferas vibratórias, vivem os Caboclos agrupados, segundo a faixa vibracional
de atuação, junto a psico-esfera da Terra. São verdadeiras cidades onde se
cumpre o mandato que Oxalá assim determinou, colaborando com a humanidade.
É para as cidades
espirituais que os Caboclos responsáveis pelos diversos terreiros levam os médiuns,
dirigentes e demais trabalhadores, para aprenderem um pouco mais sobre a
Umbanda.
Estas moradas
possuem grandes núcleos de trabalhos diversos, onde o Caboclo faz sua evolução,
contrariando o que muitos encarnados pensam (que Caboclo tudo pode, tudo sabe e
tudo faz).
Os Orixás, que são
emanações do pensamento do Deus-Pai, que está além da personalidade humana que
lhe queiram dar as culturas terrenas, fazem descer a mais pura energia-matéria
ser trabalhada pelos Caboclos no espaço-tempo das esferas que compreendem a
Terra, morada provisória de alguns espíritos em evolução.
Lá, na morada de
luz dos Caboclos, existem outros espíritos aprendendo o manejo das energias,
das forças que estabelecerão um padrão vibratório de equilíbrio para os
consulentes que vêm às tendas de caridade em busca de um conforto espiritual.
Estas
"aldeias" se locomovem entre as esferas, ora estão em zonas próximas
às trevas, socorrendo espíritos dementados, ora estão sobre algumas cidades do
plano visível, etéreas, ou sobre o que resta de florestas preservadas pelo
Homem. De lá extraem, com a ajuda dos Elementais, os remédios para a cura dos
males do corpo.
Quando Incorporados,
fumam charutos ou cigarrilhas e, em algumas casas, costumam usar
durante as giras, penachos, arcos e flechas, lanças, etc... Falam de forma rústica lembrando sua
forma primitiva de ser, dessa forma mostram através de suas danças muita
beleza, própria dessa linha.
Seus
"brados", que fazem parte de uma linguagem comum entre eles,
representam quase uma "senha" entre eles. Cumprimentos e
despedidas são feitas usando esses sons.
Costumamos dizer
que as diferenças entre eles estão nos lugares que eles dizem pertencer.
Dando como origem ou habitat natural, assim podemos ter:
Caboclos Da Mata - Esses viveram mais próximos da civilização
ou tiveram contato com elas.
Caboclos Da Mata
Virgem - Esses viveram mais
interiorizados nas matas, sem nenhum contato com outros povos.
Assim vários
caboclos se acoplam dentro dessa divisão.
Torna-se de grande
importância conhecermos esses detalhes para compreendermos porque alguns falam
mais explicados que outros. Mais ainda existe as particularidades de cada
um, que permitem diferenciarmos um dos outros.
A primeira é a
"especialidade" de cada um, são elas: curandeiros,
rezadeiros, guerreiros, os que cultivavam a terra (agricultores), parteiras,
entre outros.
A segunda é diferença
criada pela irradiação que os rege. É o Orixá para quem eles trabalham.
Quando falamos na
personalidade de um caboclo ou de qualquer outro guia, estamos nos referindo a
sua forma de trabalho.
A
"personalidade" de um caboclo se dá pela junção de sua
"origem", "especialidade" e irradiação que o rege.
E é nessa
"personalidade" que centramos nossos estudos. Assim como os
Pretos-velhos, eles podem dar passe, consulta ou participarem de descarrego,
contudo sua prática da caridade se dá principalmente com a manipulação (preparo
de remédios feitos com ervas, emplastos, compressas e banhos em geral).
Esses guias por
conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico das ervas e de
tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer outro guia.
Desenvolveram com
isso um conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.
Formas Incorporativas E
Especialidade Dos Caboclos:
Caboclos De
Oxum
Geralmente são
suaves e costumam rodar, a incorporação acontece principalmente através do
chacra cardíaco. Trabalham mais para ajuda de doenças psíquicas, como:
depressão, desânimo entre outras. Dão bastante passe tanto de dispersão quanto
de energização. Aconselham muito, tendem a dar consultas que façam pensar; Seus
passes quase sempre são de alívio emocional.
Caboclos De
Ogum
Sua incorporação é
mais rápida e mais compactada ao chão, não rodam. Consultas diretas, geralmente
gostam de trabalhos de ajuda profissional. Seus passes são na maioria das vezes
para doar força física, para dar ânimo.
Caboclos De
Yemanjá
Incorporam de forma
suave, porém mais rápidos do que os de Oxum, rodam muito, chegando a deixar o
médium tonto. Trabalham geralmente para desmanchar trabalhos, com passes,
limpeza espiritual, conduzindo essa energia para o mar.
Caboclos De
Xangô
São guias de
incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no chão.
Trabalham para: emprego; causas na justiça; imóvel e realização profissional.
Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.
Caboclos De
Nanã
Assim como os
Pretos-velhos são mais raros, mas geralmente trabalham aconselhando, mostrando
o karma e como ter resignação. Dão passes onde levam eguns que estão próximos.
Sua incorporação igualmente é contida, pouco dançam.
Caboclos De
Iansã
São rápidos e
deslocam muito o médium. São diretos para falar e rápidos também, muitas das
vezes pegam a pessoa de surpresa. Geralmente trabalham para empregos e assuntos
de prosperidade, pois Iansã tem grande ligação com Xangô. No entanto sua maior
função é o passe de dispersão (descarrego). Podem ainda trabalhar para várias
finalidades, dependendo da necessidade.
Caboclos De
Oxalá
Quase não trabalham
dando consultas, geralmente dão passe de energização. São
"compactados" para incorporar e se mantém localizado em um ponto do
terreiro sem deslocar-se muito. Sua principal função é dirigir e instruir os
demais Caboclos.
Caboclos De
Oxossi
São os que mais se
locomovem, são rápidos e dançam muito. Trabalham com banhos e defumadores, não
possuem trabalhos definidos, podem trabalhar para diversas finalidades. Esses
caboclos geralmente são chefes de linha.
Caboclos De
Obaluaiê
São espíritos dos
antigos "pajés" das tribos indígenas. Raramente trabalham
incorporados, e quando o fazem, escolhem médiuns que tenham Obaluaiê como
primeiro Orixá. Sua incorporação parece um Preto-velho, em algumas
casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia,
para vários fins.
Atribuições
dos Caboclos
São entidades, que
trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, nos ensinando a amar ao
próximo e a natureza, são entidades que tem como missão principal o ensinamento
da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se
consegue.
Assobios
E Brados
Quem nunca viu caboclos assobiarem ou
darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós?
Muitos pensam que são apenas uma repetição dos
chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo,
quando ainda vivos. Mas não é só isso.
Os assobios
traduzem sons básicos das forcas da natureza. Estes sons precipitam assim como
o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direcioná-lo
corretamente, afim de liberá-lo de certas cargas que se agregam, tais como
larvas astrais, etc.
Os assobios, assim
como os brados, assemelham-se à mantras; cada entidade emite um som de acordo
com seu trabalho, para ajustar condições especificas que facilitem a
incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes ou nos
médiuns.
O
Estalar De Dedos
Por que as entidades estalam os dedos, quando
incorporadas ?
Esta é uma das coisas que vemos e geralmente
não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima.
Nossa mãos possuem uma quantidade enorme de
terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo.
O estalo dos dedos
se dá sobre o Monte de Vênus (parte gordinha da mão) e dentre as funções
conhecidas pelas entidades, está a retomada de rotação e freqüência do corpo
astral; e a, descarga de energias negativas.
Os
Boiadeiros
São espíritos de
pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil,
estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de
Umbanda.
Usam de canções
antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos
ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o
principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que
consigamos uma vida melhor e farta.
Nos seus trabalhos
usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins.
O Caboclo Boiadeiro
traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das
grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado.
Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do
ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma
coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino
mímico, lidando bravamente com os bois.
Seu dia é quinta
feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que
eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de
palha e charutos. No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus
aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim,
criando seu ambiente de trabalho e vibração.
Com seus chicotes e
laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o
terreiro e as pessoas da assistência.Os fortalecendo dentro da mediunidade,
abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes
protetores, assim como os Exus.
Quando o médium é
mulher, freqüentemente, a entidade pede para que seja colocado um pano de cor,
bem apertado, cobrindo o formato os seios. Estes panos acabam, por vezes, como
um identificador da entidade, e até da sua linha mais forte de atuação, pela
sua cor ou composição de cores.
Alguns
usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem
alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.
Nomes de alguns
boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio,
Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João
Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro
do Chapadão, Boiadeiro da Campina e etc ...
Sua saudação: “Getruá Boiadeiro”, “Xetro
Marrumbaxêtro”
Os Boiadeiros são
entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e
persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os
Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço
Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai.
Os Boiadeiros representam
a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes,
crendices, superstições e fé.
Ao amanhecer o dia,
o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava
com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas
tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que
ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a
mistura de empregados com a patroa.
É tal e qual se
poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor
intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À
noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo,
ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita
alegria, nas danças e comemorações.
Sofreram
preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem.
Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza
e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do
negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião
(posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre
outras coisas.
Dá mesma maneira
que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força
de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a
sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira
simples, mas com uma força e fé muito grande.
O caboclo boiadeiro
está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita
força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na
mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a
andar nas pastagens.
Enquanto os
"caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é
possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.
Os Boiadeiros vêm
dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da
mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada
quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois
que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da
boiada (o caminho do bem).
Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros
Os Boiadeiros
também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas,
eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e
transformados em entidades especiais.
Os Boiadeiros também
apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro
da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que
alguns até trabalham muito próximos aos Exus.
Suas cantigas
normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São
grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita
garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade
sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles
com muita facilidade.
Sabem que a prática
da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda
e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem
diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já
viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos
primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a
invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na
terra.
Saber que
boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para
diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos
velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os
Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os
caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e
objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias
podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha
"sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de
espíritos).
Quando bradam alto
e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram
no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da
caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela
demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para
locais próprios de doutrina.
Em grande parte, o
trabalho dos Boiadeiros é no descarrego
e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a
portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como
os Exus.
Outra grande função
de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam
elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas
situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem
prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro,
é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por
ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na
coroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo
assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma
de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é
praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de
Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.
Dentro dessa linha
a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros
mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais
diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste,
etc...
SARAVÁ OXOSSE
Divindade da caça
que vive nas florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado
Ofá, e um rabo de boi chamado Eruexim. Em algumas lendas aparece como irmão de
Ogum e de Exú.
Oxossi vive na
floresta, onde moram os espíritos e está relacionado com as árvores e os
antepassados. As abelhas pertencem-lhe e representam os espíritos dos
antepassados femininos. Relaciona-se com os animais, cujos gritos imita a perfeição.
É caçador, valente e ágil, generoso, propicia a caça e protege contra o ataque
das feras. Está estreitamente ligado a Ogum, de quem recebeu suas armas de
caçador.
Em
algumas caracterizações, veste-se de azul-turquesa ou de azul e vermelho. Leva
um elegante chapéu de abas largas enfeitados de penas de avestruz nas cores
azul e branco. Leva dois chifres de touro na cintura, um arco, uma flecha de
metal dourado. Sua dança sumula o gesto de atirar flechas para a direita e para
a esquerda, o ritmo é "corrido" na qual ele imita o cavaleiro que
persegue a caça, deslizando devagar, às vezes pula e gira sobre si mesmo. É uma
das danças mais bonitas do Candomblé.
Orixá das matas, seu
habitat é a mata fechada, rei da floresta e da caça, sendo caçador domina a fauna
e a flora, gera progresso e riqueza ao homem, e a manutenção do sustento,
garante a alimentação em abundância, o Orixá Oxossi está associado ao Orixá
Ossãin, que é a divindade das folhas medicinais e ervas usadas nos rituais de
Umbanda.
Irmão de Ogum,
habitualmente associa-se à figura de um caçador, passando a seus filhos algumas
das principais características necessárias a essa atividade ao ar livre:
concentração, atenção, determinação para atingir os objetivos e uma boa dose de
paciência.
No dia-a-dia,
encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim em todas as refeições,
pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom
plantio e boa colheita para todos.
Segundo Pierre
Verger, o culto a Oxossi é bastante difundido no Brasil mas praticamente
esquecido na África. A hipótese do pesquisador francês é que Oxossi foi
cultuado basicamente no Keto, onde chegou a receber o título de rei. Essa
nação, porém foi praticamente destruída no século XIX pelas tropas do então rei
do Daomé. Os filhos consagrados a Oxossi foram vendidos como escravos no
Brasil, Antilhas e Cuba. Já no Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força
popular, além de um grande número de filhos.
O mito do caçador
explica sua rápida aceitação no Brasil, pois identifica-se com diversos
conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser região tipicamente povoada
por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados na Umbanda popular e
nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre os ritos africanos e os dos
índios brasileiros, comuns no Norte do País.
Características
Cor
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Verde (No Candomblé: Azul Celeste Claro)
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Fio de Contas
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Verde Leitosas (Azul Turquesa, Azul Claro)
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Ervas |
Alecrim, Guiné, Vence Demanda, Abre
Caminho, Peregum (verde), Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Jureminha,
Mangueira, Desata Nó. (Erva
de Oxossi, Erva da Jurema, Alfavaca, Caiçara, Eucalipto) |
Símbolo
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Ofá (arco e flecha).
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Pontos da Natureza
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Matas
|
Flores
|
Flores do campo
|
Essências
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Alecrim
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Pedras
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Esmeralda, Amazonita. (Turquesa, Quartzo Verde,
Calcita Verde)
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Metal
|
Bronze (Latão)
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Saúde
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Aparelho Respiratório
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Planeta
|
Vênus
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Dia da Semana
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Quinta-feira
|
Elemento
|
Terra
|
Chakra
|
Esplênico
|
Saudação
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Okê Arô (Odé Kokê
Maior)
|
Bebida
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Vinho tinto (água de coco, caldo de cana, aluá)
|
Animais
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Tatu, Veado, Javali. (qualquer tipo de caça)
|
Comidas
|
Axoxô – milho com fatias de coco, Frutas.(Carne de
caça, Taioba, Ewa - feijão fradinho torrado na panela de barro, papa de coco
e frutas.)
|
Numero
|
6
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Data Comemorativa
|
20 janeiro
|
Sincretismo:
|
S. Sebastião.
|
Incompatibilidades:
|
Mel, Cabeça de bicho (nos sacrifícios e alimentos),
Ovo
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Qualidades:
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Iboalama, Orè, Inlé ou Erinlè, Fayemi, Ondun,
Asunara, Apala, Agbandada, Owala, Kusi, Ibuanun, Olumeye, Akanbi, Alapade,
Mutalambo
|
Atribuições
Oxossi é o caçador
por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o
doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados
tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
As
Características Dos Filhos De Oxossi
O filho de Oxossi
apresenta arquetipicamente as características atribuídas do Orixá. Representa o
homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para
sobreviver, mas sem alterá-lo.
Os filhos de Oxossi
são geralmente pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como
fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção,
aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para
aguardar o momento correto para agir.
Fisicamente, os
filhos de Oxossi, tendem a ser relativamente magros, um pou co nervosos, mas controlados. São reservados,
tendo forte ligação com o mundo material, sem que esta tendência denote
obrigatoriamente ambição e instáveis em seus amores.
No tipo psicológico
a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte
independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da
aldeia para embrenhar-se na mata, afim de caçar. Seus filhos, portanto são
aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de
rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os
animais da proximidade do caçador. Assim os filhos de Oxossi trazem em seu
inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver
a observação tão importantes para seu Orixá. Quando em perseguição a um
objetivo, mantêm-se de olhos bem abertos e ouvidos atentos.
Sua luta é baseada
na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca
a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá
é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada
para o movimento certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando
quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito
discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de
Oxossi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando
como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam preferencialmente trabalhos
e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem
participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo
, é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de
responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo.
Os filhos de Oxossi
tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o sustento do seu
grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se realizará
preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou trabalhando para
que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com cada membro da
família. Não é estranho que, quem tem Oxossi como Orixá de cabeça, relute em
manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis. Quando
isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que o
conceito de casal para ele é o da soma temporária de duas individualidades que
nunca se misturam. Os filhos de Oxossi, compartilham o gosto pela camaradagem,
pela conversa que não termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente
alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá.
Gostam de viver
sozinhas, preferindo receber grupos limitados de amigos. É portanto, o tipo
coerente com as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham pouco,
têm os pés ligados à terra.
São pessoas cheias
de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm
o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas,
hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e
achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida
doméstica harmoniosa e calma.
O tipo psicológico,
do filho de Oxossi é refinado e de notável beleza. É o Orixá dos artistas
intelectuais. É dotado de um espírito curioso, observador de grande penetração.
São cheios de manias, volúveis em suas reações amorosas, multo susceptíveis e
tidos como "complicados". É solitário, misterioso, discreto,
introvertido. Não se adapta facilmente à vida urbana e é geralmente um
desbravador, um pioneiro. Possui extrema sensibilidade, qualidades artísticas,
criatividade e gosto depurado. Sua estrutura psíquica é muito emotiva e
romântica.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
ORAÇÃO AO CABOCLO SETE FLECHAS
Salve Zambi, Pai e Criador de todo o Universo! Salve Oxóssi, Rei da Mata e chefe de todos os Caboclos! Salve Seu Sete Flechas e sua falange guerreira!
Sete Flechas, baixai sobre nós um jato da vossa divina luz, iluminando os nossos espíritos para que possamos entrar em comunicação com esta centelha de luz divina que emana das vossas sagradas flechas, defendendo e amparando-nos neste mundo terreno. Salve as sete flechas que vos foi dada, espiritualmente, para defender-nos de todas as provas que não nos vem de Zambi.
Bendito seja Oxóssi que vos o colocou sobre o vosso braço direito a flecha da saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores; bendito seja Ogum, que colocou sobre vosso braço esquerdo a flecha da defesa para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais; bendito seja Xangô que vos cruzou uma flecha em vosso peito para defender-nos das injustiças da humanidade; bendita seja a grande Mãe Yemanjá que colocou uma flecha em vossas costas para defender-nos das traições de nossos inimigos.
Bendito seja Oxalá que vos colocou uma flecha sobre vossa perna direita para cobrir os nossos caminhos materiais e a senda da espiritualidade, bendita seja as Santas Almas que vos botou uma flecha sobre vossa perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminando os nossos espíritos e defendendo-nos de todas as forças contrárias à vontade de Deus. Bendito seja os Ibejis que entregaram em vossas sagradas mãos a flecha do astral superior, para dar à humanidade a divina força da fé e da verdade. Zambi foi quem ordenou, os Orixás as flechas vos entregou. Com as forças das sete flechas, Seu Sete Flechas me abençoou.
CALENDÁRIO - ATIVIDADES JANEIRO E FEVEREIRO
JANEIRO
05 – REUNIÃO GERAL – 18 H (
SÁBADO )
25/01 – ARRUMAÇÃO DO TERREIRO, ESTUDO E DESENVOLVIMENTO. – SEXTA-FEIRA.(só médiuns)
25/01 – ARRUMAÇÃO DO TERREIRO, ESTUDO E DESENVOLVIMENTO. – SEXTA-FEIRA.(só médiuns)
26/01 – Festa em homenagem
ao Orixá Oxosse e aos Caboclos – 17:30 ( SÁBADO )
FEVEREIRO
06 – GIRA DE CABOCLOS E EXUS –
19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
20 – GIRA PRETOS VELHOS E
IBEJADAS – 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
27 – SESSÃO DA ROSA BRANCA– 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
22/02 – ARRUMAÇÃO DO TERREIRO,
ESTUDO E DESENVOLVIMENTO. – SEXTA-FEIRA.(só médiuns)
23/02 – Louvor aos Orixás
e Gira de Exus – 17:30 h ( SÁBADO )
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
CABOCLA JANAÍNA
A Linha das Águas compreende tanto as Caboclas de Iemanjá como as Caboclas de Oxum. As Caboclas dessa Linha são formosas, simpáticas e de extrema paciência. Assumem diversos nomes, como: Janaína, Iara, Inaê, Jandiara, Jandira, Jandaia, Indaiá, entre outros. Também temos Caboclos atuando nessa Linha... Mas, hoje, contarei apenas a história da Cabocla Janaína desta seara.
Janaína significa "Rainha do Lar". Ela nasceu na Tribo dos Goitacás, no litoral sul do estado do Espírito Santo. Eles eram índios pacíficos e felizes porque evitavam a guerra. Seu pai era um grande guerreiro e sua mãe uma grande tecelã. Viviam da caça e da pesca. Sua pele era queimada do sol da praia, onde gostava de passar horas apreciando o mar. Sabia nadar como um peixe e compreender a linguagem da natureza.
Janaína significa "Rainha do Lar". Ela nasceu na Tribo dos Goitacás, no litoral sul do estado do Espírito Santo. Eles eram índios pacíficos e felizes porque evitavam a guerra. Seu pai era um grande guerreiro e sua mãe uma grande tecelã. Viviam da caça e da pesca. Sua pele era queimada do sol da praia, onde gostava de passar horas apreciando o mar. Sabia nadar como um peixe e compreender a linguagem da natureza.
Quando a expedição Cabralina passou por suas praias ela foi uma das primeiras a avistar o navio e o homem branco. Apaixonou-se pelo que viu: eles pareciam deuses para ela... Janaína possuía olhos amendoados, longos cabelos negros e pele morena do sol. Seu corpo possuía boa forma e beleza. Por isso, chamou a atenção do homem branco, quando ele desembarcou próximo a sua aldeia. Ela correu avisar os chefes da Tribo e chamar os demais. Acompanhou de longe todos os contatos, mas não entendia o que eles falavam. Pelos sinais percebeu que tentavam se aproximar e fazer amizade. Deram presentes, que para ela eram desconhecidos: garfos, colheres, espelhos, colares... Mas, que pareciam tesouros! O que mais lhe chamou a atenção foi o espelho! Já havia se mirado nas águas de um lago, mas olhar-se num espelho, era mágico!
Os portugueses lhe deram um vestido e um adorno de cabelo e lhe mostraram como usar tudo aquilo. Ela se vestiu e se enfeitou e percebeu os olhares sobre ela. Nunca mais foi a mesma. Sentiu-se encantada com esse novo mundo. Sabia que existia muito mais do que ela conhecia. Foram vários meses de visita. Ela não tinha medo do homem branco e até apaixonou-se por um deles; ele era um dos imediatos do navio. Mas, ela já estava prometida em casamento.
Após dois anos de visitas contínuas, ela entregou-se ao rapaz, em meio a natureza. Dois meses depois estava grávida e o navio já estava de partida. Sua tribo era severa com traições. Seria mantida presa na oca até o nascimento da criança, a qual seria dada aos animais. Depois a prenderiam em um mastro no meio da tribo, com privações diversas sob o sol e a lua, até que contasse quem era o pai da criança. Em seguida seria expulsa ou morta com uma flechada no peito. Por conta disso, desesperou-se ao perceber que ficaria sozinha. Não tinha planejado nada daquilo, apenas aconteceu. Então, ao ver o navio partindo, atirou-se às águas e nadou o mais que pode para alcançá-lo. Queria pedir ao pai da criança que a levasse junto. Mas, suas forças enfraqueceram e afogou-se nas águas profundas... A Mãe d'Água compadecida, devolveu seu corpo à praia e quando a encontraram não entenderam o que aconteceu. A Tribo dizia que ela morreu por amor ao homem branco.
Depois que desencarnou seu espírito foi recolhido e ela soube o restante da história. O rapaz retornou a Portugal e nunca mais visitou o Brasil. E somente trinta anos depois os brancos voltaram a pisar em sua terra nativa. Os capixabas foram colonizados e os índios catequisados pelo Padre José de Anchieta. Foi convidada a trabalhar para auxiliar os índios que morreriam nos próximos anos devido à ocupação pelo homem branco. Foi então fundada a Colônia de Jurema, que começou a abrigar todos os nativos que morriam para preservar seu solo. Os séculos passaram e muita coisa aconteceu ao Brasil. Sua terra não era mais a mesma. Surgiu a Colônia de Aruanda e um novo trabalho se instalou e ela se tornou mais uma trabalhadora da Seara Umbandista no solo brasileiro.
Depois que desencarnou seu espírito foi recolhido e ela soube o restante da história. O rapaz retornou a Portugal e nunca mais visitou o Brasil. E somente trinta anos depois os brancos voltaram a pisar em sua terra nativa. Os capixabas foram colonizados e os índios catequisados pelo Padre José de Anchieta. Foi convidada a trabalhar para auxiliar os índios que morreriam nos próximos anos devido à ocupação pelo homem branco. Foi então fundada a Colônia de Jurema, que começou a abrigar todos os nativos que morriam para preservar seu solo. Os séculos passaram e muita coisa aconteceu ao Brasil. Sua terra não era mais a mesma. Surgiu a Colônia de Aruanda e um novo trabalho se instalou e ela se tornou mais uma trabalhadora da Seara Umbandista no solo brasileiro.
Texto copiado do blog: http://umbandaempaz.blogspot.com.br/2012/03/cabocla-janaina-sereia-do-mar.html
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
LENDA DE MARIA PADILHA
A lenda de Maria Padilha
Maria de Padilha era uma jovem muito sedutora que foi viver no reinado de Castelacomo
dama de companhia de D. Maria, mãe de D. Pedro I de Castela ( O cruel ). Sendo que esta
moça tinha um tutor e este responsável e tio da bela donzela,que também era herdeira de
sangue nobre, devido a influencia de seu pai na corte espanhola. A lenda conta que D. Pedro
de Castela já estava noivo de D.Blanca de Bourbom, uma jovem pertencente a corte francesa
, que foi enviada para Castela para casar-se com D. Pedro porque este estava já para
assumir o Reinado do pai, no ano 1350. D. Maria de Padilha e o Rei de Castela depois de
apresentados, fulminaram-se de paixão um pelo outro e mesmo as escondidas começaram
um grande caso de amor, onde sabiam que jamais seria aceito pela família e tampouco pela
corte. D. Pedro I de Castela, não queria casar-se com D. Blanca de Bourbom, mas este
casamento traria excelentes benefícios políticos para a corte Espanhola e Portuguesa. Dizem
que Maria de Padilha, trabalhava na magia com um judeu cabalista e que este a ensinou
muitas magias e através destas conseguiu dominar o Rei de Castela completamente. Conta a
história que ela foi uma das grandes responsáveis pelo o abandono ou morte de D. Blanca de
Bourbom pelo rei, digo abandono ou morte porque ainda é uma história muito confusa, alguns
livros indicam que D. Blanca foi decapitada ao mando do Rei… outros apenas citam que ela
foi abandonada por ele e devolvida a sua família na França por ele ter assumido seu amor por
Maria de Padilha. Maria de Padilha de Castela, depois do sumiço de D. Blanca passou a
viver com o Rei em seu castelo em Sevilha, palácio que foi construído e presenteado a Maria
de Padilha pelo seu amado rei de Castela. Maria Padilha deu quatro filhos ao rei de Castela
sendo que o primogénito morreu em idade tenra. Ao contrario do que conta muitas histórias
publicadas desta grande personagem, Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este
fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, fez com que os seus súditos beijassem
as mãos do corpo falecido por peste negra enterrou-a nos jardins do seu castelo. O Rei
anunciou ao sei reinado que havia casado com D. Maria Padilha as escondidas e que queria
que os seus filhos com ela fossem reconhecidos como herdeiros do trono e que a imagem de
Maria Padilha diante do povo fosse de uma Grande Rainha. Um ano mais tarde o rei veio a
casar-se de novo, mas nunca escondeu que o grande amor de sua vida tinha sido D. Maria
Padilha, os contadores contavam que o feitiço lançado ao rei pela poderosa Padilha seria
eterno!
Alguns anos depois o Rei de Castela veio a falecer pelas mão de seu meio irmão bastardo
que acabou assumindo o seu posto de Rei de Castela… o corpo do rei deposto foi enterrado
a frente da sepultura de sua Amada Rainha Padilha, onde foram construídas duas estátuas
uma em frente a outra, para que mesmo na eternidade os amados nunca deixassem de olhar
um pelo outro. Dizem que a entidade de Maria Padilha, na sua primeira aparição, foi em
uma mulata no tempo da corte de D. Pedro II no Brasil, onde esta mulata numa sessão de
Catimbó recebeu uma entidade muito feiticeira e faceira que se apresentou como D. Rainha
Maria Padilha de Castela e contou a sua história e que depois dela outras Padilhas viriam
para fazer parte da sua falange.
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