sábado, 27 de julho de 2013

SALUBA NANÃ !

                

                Neste dia, 26 de julho, a Umbanda comemora e homenageia o Orixá Nanã ou Nanã Buruquê, como muitos a chamam. Nanã é sincretizada como Senhora Sant’Ana, a avó de Jesus, mãe de Maria, que a ensinou sobre o amor e as escrituras sagradas. Nanã representa a ancestralidade, e junto com Obaluayê, governa a Linha das Almas na espiritualidade.
                Nanã é Orixá sério e dócil, severa e paciente, é início e fim, barro e água. É Orixá antigo na África, onde também é associada a criação do mundo e dos seres. Nanã é responsável por orientar e cuidar dos nossos Karmas, moldando  nossas almas nos sucessivos encarnes e desencarnes que passamos. É mãe que nos acolhe de volta e nos modela, barro e água, corpo e espírito para novos trajetos.
                Nanã tem seus cultos originários das terras Daomé, onde é mãe de Orixás importntes nos candomblés de Jeji, como Obaluayê (SAPATÁ), Oxumaré (DAN) e Ossain (AGUÉ). É orixá que vibra na cor lilás, cor que estimula a transmutação rumo a evolução espiritual e que representa a sabedoria e a consciência mística. O número místico de Nanã na umbanda é o treze (13), o dia da semana é a segunda-feira e dentre suas principais ervas, podemos destacar o saião, a dama da noite, a quaresmeira e também o tapete de Oxalá. Pela ligação com Oxalá também vibra muito na cor branca. Seus símbolos são objetos de barro, além do ibiri, que é um objeto composto por vários feixes de palitos de dendezeiro, representando as  almas, sendo embaladas por Nanã, que as segura como filhos seus.
                Mãe Nanã também representa a chuva, que irriga toda a terra, enriquecendo-a para gerar mais vida; chuva também que arrasta os nutrientes do solo, nutrientes oriundos de partes mortas dos seres vivos, levando-os para servir de vida em outras terras. Nanã é a morte que reside no âmago da vida, que possibilita o renascimento.
Seus adeptos dançam com a dignidade que convém a uma senhora idosa e respeitável. Seus movimentos lembram um andar lento e penoso, apoiado num bastão imaginário.  Em certos momentos, viram para o centro da roda e colocam seus punhos fechados, um sobre o outro, parecendo segurar um bastão. Em determinada atribuição cuida dos mortos enquanto seus corpos se decompõem no lodo, se preparando para formarem novos seres. É Ela que nos protege contra feitiços e perigos de morte. 
                Nanã representa a ancestralidade, a perpetuação da cultura através do respeito aos mais velhos, portanto sua energia é avessa à tecnologia, ao metal e ao que é moderno. Seus filhos são sérios e dóceis; tendenciosos ao feitiço; lentos, resmungões e rabugentos, além de conservadores. Geralmente são muito ligados a religiosidade e a família.
                Nanã vibra nos manguezais, nas lagoas e nas águas subterrâneas dos poços, além dos cruzeiros das Almas. Os ímãs de trabalho para obrigações votivas são a água mineral, velas brancas ou lilás, flores brancas e lilás, além dos pratos descritos abaixo:
a)      Efó: folhas de mostarda ou taioba batidas com a colher de pau, refogadas com azeite, camarões secos e cebola.
b)      Omolocum de Nanã: omolocum de feijão branco, adornado com 4 ou 7 ovos em forma de cruz.
c)       Flor de Nanã: flor composta pelo miolo, feito de batata doce cozida e amassada com mel e as pétalas feitas de folhas de repolho roxo. Decora-se ainda com grãos de feijão preto e branco.
d)      Arroz da avó: arroz feito com beterrabas e repolho roxo, também podendo usar berinjelas; temperado com camarão seco, cebola e azeite.
e)      Bolinhos de Nanã: bolinhos feitos de batata doce cozida e mel, adornados em um prato de barro com folhas de cana-do-brejo. Usam-se 13 bolinhos.