Neste dia, 26 de julho, a Umbanda comemora e homenageia o Orixá Nanã ou Nanã Buruquê, como muitos a chamam. Nanã é sincretizada como Senhora Sant’Ana, a avó de Jesus, mãe de Maria, que a ensinou sobre o amor e as escrituras sagradas. Nanã representa a ancestralidade, e junto com Obaluayê, governa a Linha das Almas na espiritualidade.
Nanã
é Orixá sério e dócil, severa e paciente, é início e fim, barro e água. É Orixá
antigo na África, onde também é associada a criação do mundo e dos seres. Nanã
é responsável por orientar e cuidar dos nossos Karmas, moldando nossas almas nos sucessivos encarnes e
desencarnes que passamos. É mãe que nos acolhe de volta e nos modela, barro e
água, corpo e espírito para novos trajetos.
Nanã
tem seus cultos originários das terras Daomé, onde é mãe de Orixás importntes
nos candomblés de Jeji, como Obaluayê (SAPATÁ), Oxumaré (DAN) e Ossain (AGUÉ).
É orixá que vibra na cor lilás, cor que estimula a transmutação rumo a evolução
espiritual e que representa a sabedoria e a consciência mística. O número
místico de Nanã na umbanda é o treze (13), o dia da semana é a segunda-feira e
dentre suas principais ervas, podemos destacar o saião, a dama da noite, a
quaresmeira e também o tapete de Oxalá. Pela ligação com Oxalá também vibra muito
na cor branca. Seus símbolos são objetos de barro, além do ibiri, que é um
objeto composto por vários feixes de palitos de dendezeiro, representando
as almas, sendo embaladas por Nanã, que
as segura como filhos seus.
Mãe
Nanã também representa a chuva, que irriga toda a terra, enriquecendo-a para
gerar mais vida; chuva também que arrasta os nutrientes do solo, nutrientes
oriundos de partes mortas dos seres vivos, levando-os para servir de vida em
outras terras. Nanã é a morte que reside no âmago da vida, que possibilita
o renascimento.
Seus adeptos
dançam com a dignidade que convém a uma senhora idosa e respeitável. Seus
movimentos lembram um andar lento e penoso, apoiado num bastão
imaginário. Em certos momentos, viram para o centro da roda e colocam
seus punhos fechados, um sobre o outro, parecendo segurar um bastão. Em
determinada atribuição cuida dos mortos enquanto seus corpos se decompõem no
lodo, se preparando para formarem novos seres. É Ela que nos protege contra
feitiços e perigos de morte.
Nanã
representa a ancestralidade, a perpetuação da cultura através do respeito aos
mais velhos, portanto sua energia é avessa à tecnologia, ao metal e ao que é
moderno. Seus filhos são sérios e dóceis; tendenciosos ao feitiço; lentos, resmungões
e rabugentos, além de conservadores. Geralmente são muito ligados a
religiosidade e a família.
Nanã
vibra nos manguezais, nas lagoas e nas águas subterrâneas dos poços, além dos
cruzeiros das Almas. Os ímãs de trabalho para obrigações votivas são a água
mineral, velas brancas ou lilás, flores brancas e lilás, além dos pratos
descritos abaixo:
a)
Efó: folhas de mostarda ou taioba batidas com a
colher de pau, refogadas com azeite, camarões secos e cebola.
b)
Omolocum de Nanã: omolocum de feijão branco,
adornado com 4 ou 7 ovos em forma de cruz.
c)
Flor de Nanã: flor composta pelo miolo, feito
de batata doce cozida e amassada com mel e as pétalas feitas de folhas de
repolho roxo. Decora-se ainda com grãos de feijão preto e branco.
d)
Arroz da avó: arroz feito com beterrabas e repolho
roxo, também podendo usar berinjelas; temperado com camarão seco, cebola e
azeite.
e)
Bolinhos de Nanã: bolinhos feitos de batata
doce cozida e mel, adornados em um prato de barro com folhas de cana-do-brejo.
Usam-se 13 bolinhos.