Sincretizado como São Jorge, no Rio de Janeiro e São Paulo e como Santo Antônio, na Bahia, Ogun é com certeza o Orixá masculino de maior expressão na lembrança dos brasileiros. No Rio de Janeiro o sincretismo com São Jorge é tão forte, que mesmo simpatizantes reverenciam ao santo católico e ao Orixá dos mitos africanos como uma só entidade. O sincretismo é válido, teve toda sua importância histórica, mas é importante, mesmo que gostemos do mártir católico, entendermos que Ogun é Ogun e São Jorge é São Jorge, ou como dizia uma sábia e espiritualizada mãe no santo: " São Jorge é tão lembrado nos festejos de Ogun que com certeza, como espírito de luz, trabalha dentro desta corrente guerreira do astral superior."
Nos candomblés Ogun veste-se do Mariwo, folhas do dendezeiro e predomina nas cores azulão e também o verde, para algumas qualidades. Nos cultos de umbanda, para a grande maioria das casas, Ogun vibra nas cores vermelho ou vermelho e branco, e até vermelho, verde e branco. O vermelho dentro da umbanda traduz a força guerreira do Orixá e também a ligação ao sincretismo que popularizou Ogun dentro do culto. Ogun se faz presente nas giras de Umbanda manifestando sua energia através de seus inúmeros falangeiros, bem conhecidos pelas casas espiritualistas: Ogun Beira Mar, Ogun Iara, Ogun Rompe Mato, Ogun 7 Ondas, Ogun 7 Espadas, Ogun Megê, Ogun de Ronda, entre outros espíritos de luz que trazem a força do Orixá.
Ogun é a força do guerreiro que luta pelos seus objetivos. É a força presente em cada trabalhador que luta para por o pão de cada dia em sua mesa, a luta pelo sustento, pela sobrevivência de sua família. Ogun rege também a agricultura, atividade de força, onde ferramentas inúmeras são aplicadas, somadas ao "suor" humano para que os grãos de leguminosas que sustentam nossa matéria, possam chegar às nossas mesas. Ogun rege os caminhos, as estradas, os trilhos, onde todos nós temos que passar para chegar a um destino, a um objetivo ou até mesmo para nos comunicarmos. Ogun é representado pelo ferro, metal forte, do qual inúmeras armas e ferramentas são moldadas para o trabalho e progresso da humanidade, por isso a bigorna é um de seus símbolos. As espadas representam a energia guerreira de Ogun, pronta a defender todos aqueles que tem fé, em Ogun, ou em um ideal de vida.
Dentro das casas de umbanda que se utilizam de oferendas é comum vermos ser ofertados para Ogun, mangas espada, inhames do norte, grãos de feijão, cerveja branca e velas vermelhas e brancas.
Que o Orixá Ogun, que brevemente será festejado em todas as Tendas de Umbanda, possa abençoar-nos rumo ao progresso de mentes e que dessa forma, possamos ser guerreiros da paz!