terça-feira, 4 de outubro de 2016

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CAMPANHA "POVO DO DENDÊ RECICLA ÓLEO PRA VALÊ"

Prezados irmãos, irmãs e amigos da Irmandade Umbandista Luz de Aruanda.


É sabido de todos que a Umbanda, enquanto religião de matriz africana, cultua as energias da natureza na forma dos Orixás.  O nosso templo e gongá maior é a Natureza puramente, as pedreiras de nosso pai Xangô, os rios de Oxum, os mares e praias de nossa mãe Yemanjá, as matas de Oxossi, a terra de Omolu entre outros lócus naturais e suas forças.  


Dentre deste pensamento, a IRMANDADE UMBANDISTA LUZ DE ARUANDA - Seara do Caboclo 7 Flechas, passa a ser também um ponto de coleta da empresa GRANDE RIO - Reciclagem Ambiental, no qual pedimos encarecidamente aos nossos irmãos, amigos e a comunidade adjacente de nossa Casa Espiritual que doem seus  ÓLEOS DE FRITURA USADOS dentro de GARRAFAS PET 2 L (garrafas vazias de refrigerante de 2L) enquanto que em contrapartida estes óleos de rejeito sejam assim trocados por MATERIAIS DE LIMPEZA (conforme figura ao lado)

que serão utilizados para manutenção e limpeza de nossa Casa de Caridade.

Ou seja, nós preservaremos a natureza, diminuímos a poluição das águas dos rios e mares e, com toda certeza, deixaremos felizes os nossos guardiões da natureza: ORIXÁS e ENTIDADES.

Beijos no coração de todos, meu fraterno saravá e muito axé a todos nós... Salve todos os Orixás e Entidades... !!!  Viva a Natureza !!!




segunda-feira, 3 de outubro de 2016

IBEJADAS


Ibeijada
Ibeiji, o único Orixá permanentemente duplo. Dele deriva o nome Ibejadas, as crianças espirituais que os representam e trabalham no domínio desse Orixá.

É formado por duas entidades distintas e sua função básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. 

Num plano mais terreno, por ser criança.

A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.

No dia de Ibeiji, 27 de setembro (o mesmo de Cosme e Damião, com quem são sincretizados), é costume as casas de culto abrirem suasportas e oferecerem mesas fartas de doces e comidas para as crianças, elevadas à condição de representantes na terra do Orixá.

Regem a falange das crianças que trabalham na Umbanda.

CARACTERÍSTICAS

Cor - Rosa e azul (branco, colorido)
Fio de Contas - No Candomblé, contas e miçangas leitosas coloridas. Na Umbanda, azul e rosa.
Ervas - jasmim, alecrim, rosa
Símbolo - Gêmeos
Pontos da Natureza - Jardins, praias, cachoeiras, matas...
Flores - Margaridas, rosa mariquinha.
Essências - De frutas
Pedras - Quartzo rosa
Metal - Estanho
Saúde - Alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes
Planeta - Mercúrio
Dia da Semana - Domingo
Elemento - Fogo
Chakra - Todos, especialmente o Laríngeo
Saudação - Oni Beijada
Bebida - Guaraná (Suco de frutas, água de coco, água com mel, água com açúcar, caldo de cana)
Animais - Animais de estimação.
Comidas - Caruru, doces e frutas.
Numero - 2
Data Comemorativa - 27 de Setembro
Sincretismo - São Cosme e São Damião
Incompatibilidades - Coisas de Exu. Morte, Assovio.

ATRIBUIÇÕES

Zelar pelo Parto e Infância. 

Promover o amor(união).

LENDAS DE IBEIJI

Como Os Irmãos Ibeiji Viraram Orixá Existia num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. 

Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. 

Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. 

Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. 

O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão.

Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. 

Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Obaluaye - Omolu

Obàluáyê “Rei senhor da Terra”, Omolu “Filho do Senhor”, Sakpata “Dono da Terra” são os nomes dados a Sànpònná (um título ligado a grande calor o sol – também é conhecido como (Babá Igbona = pai da quentura) deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos. Outra corrente os define como: Obàluáyê: Obá – ilu; aiye; Rei, dono, senhor; da vida; na terra; Omolu; Omo-ilu; Rei, dono, senhor; da vida.
Dança
Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.
Emblemas
Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra. Na Nigéria os Owo Érindínlogun adoram Obàluáyê e usam, no punho esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó (búzios).
Vestimenta
A vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o “Filá” e o “Azé”, a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado “cauçulú”, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. A palha da costa é mais encontrada no norte do Brasil.
Festa

A festa anual é o Olubajé (Comida do rei senhor) nos Candomblés brasileiros. São feitas e distribuídas no mínimo nove iguarias da culinária afro brasileira (comida ritual), seus “filhos” devidamente “incorporados” e paramentados oferecem aos convidados e assistentes, em folhas de mamona ilará ou bananeira (aguede), no sentido de prolongar a vida e trazer saúde .

Nos cultos de Umbanda, o Orixá é muito invocado para cura, através de cânticos, oferendas e sacudimentos com deburu ( Pipocas ). As festividades são simples e de cunho mais espiritual, realizadas nas sessões (giras). Muito louvado em Agosto, pelo sincretismo com São Roque , 16/08.
Tido como filho de Nanã, no Brasil, sua origem, forma, nome e culto na África é bastante variado, de acordo com a região, essa variação de nomes é de conformidade com a região, Obàluáyê/Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao território Mahi ao norte do Daomé; Sapata é sua versão fon, trazido pelos nagôs na cidade de Savalu, Benin. Em alguns lugares se misturam, em outros são deuses distintos, confundido até com Nànà Buruku; Omolu em ketu e Abeokuta.
Seu parentesco com Oxumare e Iroko é observado em Ketu (vindo de Aise segundo uns e Adja Popo segundo outros), onde pode se ver uma lança (oko Omolu) cravada na terra, esculpida em madeira onde figuram esses três personagens superpostas, também em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi, onde o rei Oba Sereju, recebera o fetiche Moru, três fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu), Dan (Oxumare) e seu filho Loko (Iroko).
A vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o “Filá” e o “Azé”, a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado “cauçulú”, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. A palha da costa é mais encontrada no norte do Brasil.
Arquétipos
Seus filhos parecem ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem idade avançada. Seus filhos são doces, mas reclamões, rabugentos, um tanto mal-humorados. Quando querem, fazem e ajudam a todos sem exceção. Sofrem com muitos problemas de saúde que se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade. Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina.
Não são pessoas de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas.Odeiam fofocas e vulgaridades do gênero.Os filhos de Obaluayê são irônicos, secos e diretos. Os descendentes desse orixá são muito independentes e têm a necessidade de crescer com suas próprias forças e recursos.Muitas dessas pessoas, devido à influência do seu orixá, que comanda os eguns, podem ter experiências sobrenaturais, como visões, sonhos, etc.

TRIBUTO A CLARA NUNES - Pelo quarto ano!

Convidamos a todos os amigos da IULA e os que apreciam uma tarde de samba para estar conosco no próximo domingo 21.

sexta-feira, 1 de julho de 2016


Saudações

Um tempo sem postarmos por aqui, mas não nos esquecemos de todos vocês que acompanham nosso calendário, ou fotos, ou publicações através deste blog, no ar há alguns anos.
Abril, Maio e Junho, foram meses de muitas atividades na Irmandade e também de giras Festivas, demandando tempo e organização de nosso corpo mediúnico.
Aproveito para deixar o calendário de nossas sessões públicas de Julho .

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Festa Cigana 2016

Até agora sinto-me extasiado pela Festa Cigana na Irmandade Umbandista Luz DE Aruanda... Tudo ficou lindo, graças a Deus e aos Orixás e entidades presentes... Só tenho a agradecer a Deus a oportunidade de compartilhar momentos tão cheios de axé, força, beleza, leveza, paz e presença espiritual tão quanto esta festa. Tenho em Santa Sara Kali uma fortaleza de doçura e força, um manancial que nunca se esgota, mesmo em dias desérticos. Grato a Dona Cigana Rosa e Sr. Cigano Ramiro por me passar tanta coisa de vida e de axé. Gratíssimo ao meu guardião de fé, irmão, filho, pai, doutrinador e protetor Cigano Hiago, morador do meu ser e dono de mim, do que sou e de tudo o que tenho. Só tenho a agradecer e pedir que essa alegria e harmonia deixada pós-festa cigana invada o coração e a vida de todos vocês que leiam essas linhas... Linhas virtuais sim, porém de palavras que vem do coração...
Que as salamandras, esses elementais que tanto amo, sucumbam e transmutem toda maldade de nossos caminhos em boas e úteis forças do bem a nos favorecer materialmente, mas principalmente, nos preencher e nos proteger espiritualmente... Salve o tempo e o vento e a força dos quatro elementos... !!! Arriba... Optcha... Namastê...!!! Salve Santa Sara Kali... Salve todas a tribos ciganas materiais e espirituais... !!!!

Por Duda Souza...



















Segue calendário das Sessões de Junho de 2016



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Forte saravá a todos!

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Link com vídeo de nossa procissão a São Jorge Guerreiro!

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Segue calendário do mês de maio. Período atarefado com festividades seguidas, mas nossos Protetores merecem nosso carinho e agradecimentos!!!!Vocês, nossos irmãos visitantes, que nos prestigiam e nos auxiliam a prestigiar nossos Orixás e Guias também merecem que recebamos a vós com todo carinho e amor. Convidamos a todos para nossas festividades do mês que se aproxima e para as sessões de caridade!
SARAVÁ!

CALENDÁRIO MAIO 2016






quarta-feira, 30 de março de 2016

PROCISSÃO DE OGUM


















Ah, quantas lembranças nos trazem a festividade mais importante de nossa casa, pois no dia de São Jorge, comemoramos o ano de fundação da IULA. E tantas procissões já fizemos e guardamos com muita emoção cada uma e cada um que conosco esteve e estará na que se aproxima.
A emoção aperta ao lembrar de quem já esteve e partiu para o outro lado...
A emoção nos invade ao lembrar de tanta luta, mas Até aqui nos ajudou Ogun e continuará ajudando!
Paz e Luz a todos e já estamos em ritmo de festividade do Santo Guerreiro!
Patacori!

SESSÕES PÚBLICAS DO MES DE ABRIL



ABRIR EXCEÇÃO PARA A FESTA DE OGUN, QUE TERÁ INÍCIO ÀS 15H, COM A NOSSA TRADICIONAL PROCISSÃO PELAS RUAS DA VILA SÃO LUIZ.

SERÁ QUE SOU MÉDIUM

Será que sou médium?
POR GUILHERME EULER ·
Será que sou médium?
Será que sou médium?
Essa é a dúvida de grande parte das pessoas que começam a frequentar um terreiro de Umbanda ou tem contato com essa religião de alguma forma. Para responder a esta pergunta vou recorrer primeiro ao dicionário que diz o seguinte sobre “médium”:
médium (francês médium) s. m. Pessoa que pode (na opinião de alguns) servir de intermediária entre os vivos e os espíritos.Plural: médiuns.
“médium”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2010, [consultado em 24-05-2011].
Pode-se notar que o significado da palavra “médium” é bastante abrangente e não refere-se apenas aos que, na Umbanda, trabalham incorporando espíritos e dando consulta nos terreiros, mas sim à vários graus de consciência e sensibilidade. Isso significa que existem pessoas que tem um grau de sensibilidade e consciência onde é possível incorporar espíritos e trabalhar dando consultas, mas estes são os casos, por incrível que pareça, mais incomuns pois, na minha opinião, todos somos médiuns. Existem médiuns, por exemplo, que tem uma sensibilidade maior para a psicografia (como é o caso de Chico Xavier, o médium mais conhecido do Brasil), outros tem uma sensibilidade maior para a energização (também conhecidos como passes), outros possuem uma sensibilidade mais apurada no campo da vidência ou visões e existem vários outros campos onde a mediunidade é mais desenvolvida em uns e menos desenvolvida em outros e nunca, em hipótese alguma um “tipo” de médium é mais “forte” que o outro ou menos importante que outro.
Deixo aqui claro que cada grau de sensibilidade dos médiuns é de extrema importância dentro dos trabalhos da Umbanda ou de todas as religiões que trabalham diretamente com a comunicação com os espíritos pois, vejamos o caso da Umbanda: Na Umbanda existem os médiums de incorporação, que na hora da sessão “emprestam” os seu corpo para que os espíritos de luz possam vir nos auxiliar; os médiuns que são responsáveis por tocar os pontos de evocação das entidades e Orixás (os Ogãs ou Curimbas) que tem um papel fundamental para o equilíbrio das energias em um terreiro; os médiuns responsáveis por interpretar o que as entidades estão dizendo, auxiliando na comunicação direta entre a entidade e os consulentes, os chamados Cambones ou Cambonos; os médiuns de concentração ou energização que são responsáveis por manter a harmonia das energias dentro de um terreiro, auxiliando no firmamento da corrente, enfim, são vários médiuns com vários níveis de sensibilidade e mais aptos a realizar seus trabalhos e a soma de todos, em perfeita harmonia, fazem a Umbanda.
Sim, você é um médium, tem um dom e descobri-lo o quanto antes irá lhe auxiliar muito no que diz respeito à sua evolução espiritual. Estamos lhe esperando com os braços abertos em todos os terreiros onde se fala de amor e caridade e ansiosos para que essa sua energia boa e toda essa sua luz faça parte de nossa corrente de amor e respeito pelo próximo. Seja bem vindo à Umbanda.

Saravá!

segunda-feira, 7 de março de 2016

MÉDIUM DE UMBANDA


VIDA DE MÉDIUM DE UMBANDA
Então é sábado, ele saiu apressado do escritório. Antes de entrar no carro, recusou o convite para um chopinho com o pessoal de sua repartição. Ouviu uma ou duas gracinhas mas nem se importou, já estava acostumado com aquela situação. Seus amigos não entendiam a tamanha dedicação que ele tinha por sua religião. Chegou em sua casa e foi direto se preparar para o banho, seus pensamentos já estavam todos focados no que aconteceria naquela noite. Passou pelo quintal e pegou uma vasilha com um líquido de ervas dentro. Ele havia preparado no dia anterior, e deixou lá tomando sol e sereno. Seu dirigente lhe dissera que isto potencializava a energia daquele macerado. Banho tomado, líquido com as ervas no corpo derramado, e lá estava ele. Já nem parecia mais o executivo de terno e gravata, celulares e compromissos importantes. Todo de branco, cabelo sem gel e uma felicidade estampada no semblante. Beliscou um pedacinho de pão caseiro que estava sobre a mesa, pois naquela noite não iria jantar. Olhou no relógio como quem calcula minuto por minuto para não se atrasar. Coração já começara a bater mais forte, pois a semana inteira esperou por este dia. Voltou ao quintal e entrou em algo que parecia um quartinho. No local, em cima de algumas prateleiras forradas com toalhas brancas, imagens, pedras, velas, incensos e um curioso bem estar. Acendeu uma vela branca bem ao centro, fez suas orações pedindo à espiritualidade que lhe acompanhasse. Olhou para a imagem de um índio que estava na prateleira ao lado, e, em silêncio, como quem fala com o olhar, pediu para ele também lhe acompanhar. Bateu a cabeça naquele altar, respirou fundo e sentiu as batidas de seu coração aumentar. Logo já estava lá, uma casa simples, porém, muito bem organizada. Na entrada se curvou como quem cumprimenta alguém. Abraçou seus amigos, pediu a benção para um senhor, guardou uma mochila que trazia com ele. Bateu a cabeça em algo muito parecido com o altar que ele tinha em sua casa, mas bem maior. Posicionou-se como que fazendo parte de um círculo de pessoas. Todos em silêncio, em oração. Estava ele em uma corrente de irmãos. Fora da corrente, pessoas se acomodavam em bancos. Novos, velhos, pobres, ricos, brancos, pretos e amarelos. Não havia distinção. Todos seriam atendidos naquela noite. O toque do tambor demonstra que está começando a reunião. Reunião de pessoas encarnadas e desencarnadas, em nome do amor. Uma lata perfurada, com ervas sobre a brasa, é passada de um lado para outro. Nesta hora seu coração ficou sereno. Não está mais ansioso, está entregue de corpo, alma e pensamento. Pedindo a Deus que faça dele seu instrumento. Mais adiante, depois de algumas canções e palmas, ouve-se uma letra que fala das matas, dos nativos da floresta. Seu pensamento se volta até a imagem do índio com quem trocou olhares em sua casa. Sente então uma presença ao lado, e mesmo sem nada ver, sabe que é ele que está ali. Sabe que ele lhe escutou, atendeu seu pedido e lhe acompanhou. Nesse momento seu coração novamente disparou. Toda a espera da semana, as preparações que antecederam este momento e a recusa do chopinho com o pessoal do seu departamento.Seu mentor unido a ele espiritualmente para mais uma noite de caridade, mais uma noite cumprindo sua missão. Mais uma noite na vida de um médium de coração.
"A VIDA NOS FEZ UMBANDISTAS, E NÓS FIZEMOS DA UMBANDA A NOSSA VIDA!"