Nesta fotografia, em 2005, nosso primeiro ano de trabalhos dentro da I.U.L.A.
Agradecemos a Deus, aos Orixás que regem nossa corrente, ao Pai Caboclo Sete Flechas e a toda falange de entidades que trabalham na Irmandade Umbandista Luz de Aruanda, por mais um ano de trabalhos dentro da lei do amor de Oxalá e da caridade fraterna.
Neste último 23, completamos sete anos de fundação e dividimos com todos os irmãos simpatizantes e adeptos da umbanda, a nossa alegria e o nosso amor.
Saravá Umbanda, Saravá o Pai Caboclo Sete Flechas.
Irmandade Umbandista Luz de Aruanda
"Seara do Caboclo Sete Flechas"
segunda-feira, 30 de abril de 2012
domingo, 29 de abril de 2012
QUEM SÃO OS PRETOS VELHOS?
Os
Pretos Velhos representam os espíritos dos nossos irmãos africanos trazidos ao
Brasil na época da colonização, período em que a raça negra foi escravizada
pelo colonizador português em nosso país (de 1530 a 1888).
Os
negros foram ainda escravizados por outras nações em outras partes do mundo,
como exemplo os Espanhóis que também os escravizaram na colonização da América
Central e os Ingleses que os escravizaram na época da colonização da América do
Norte.
Com
nossos irmãos africanos aprendemos lições (muito difíceis de praticar) de
perdão sem limites e amor ao próximo, de forma, que nenhuma outra entidade com
a qual tivemos contato conseguiu transmitir. Na Umbanda, apresentam-se como
espíritos muito simples e extremamente bondosos, são sempre muito pacientes em
tudo o que fazem e ensinam. Normalmente
desencarnaram em idades avançadas, por esse motivo apresentam-se nos templos,
arqueando o corpo do médium, transmitindo a impressão de alguém com muita
idade, utilizam assim essa roupagem fluídica, de forma a desenvolver respeito,
atenção, carinho para que todos possam ouvir as sábias palavras que só um
ancião experiente e resignado pode transmitir; assim os consulentes e médiuns
de umbanda vão se embalando nos conselhos do vovô e da vovó . No
desenvolvimento de seus trabalhos que são sempre muito sérios, ouvem mazelas e
sofrimentos de toda espécie, transformando o desenvolvimento de seus trabalhos
em verdadeiras sessões de psicanálise, ocasião em que sempre trazem o conforto
e a paz de espírito a todos que os procuram. Trabalham sentados em banquinhos
ou em pé, usam cachimbos, charutos ou cigarros de palha em suas defumações.
Quando
encarnados nas senzalas eram praticantes e grandes conhecedores dos processos
da milenar e poderosíssima magia africana, inclusive a negativa. Hoje utilizam
esses conhecimentos para desmanchar feitiços e macumbas tenebrosas. No período
colonial a raça negra habitava praticamente todo continente africano e também a
ilha de Madagascar. Povoavam a África desde o extremo sul do continente até o
sul do deserto do Saara no norte da África. Eram compostos de dois grandes
grupos conhecidos como Sudaneses e Bantos. Os Sudaneses habitavam a região
norte e central da África e os Bantos a região sul e a ilha de Madagascar.
Entre eles haviam também outros grupos menores como os Nagôs ou Iorubás que
habitavam a atual Nigéria, os Jejês que eram procedentes do Daomé, os Malês
foram trazidos do norte da África e eram adeptos da religião muçulmana. Sabiam
ler e escrever e eram normalmente superiores nesse sentido ao colonizador
português. Minas era o nome dado a outros grupos menores conhecidos como Fanti
e Ashanti. Os Bantos foram trazidos em grande parte do Congo, de Angola e de
Moçambique. Chegaram ao Brasil acorrentados em navios conhecidos como negreiros
ou tumbeiros. A falta de higiene, os maus tratos e as doenças faziam com que
muitos morressem durante a viagem, daí o nome tumbeiro também ser usado para
navio negreiro. Quando chegavam ao Brasil eram vendidos como animais em leilões
públicos e em seguida espalhados pelo Brasil. Aqueles que os compravam,
procuravam fazê-lo em lotes de diferentes nacionalidades, costumes e idiomas,
com o objetivo de dificultar a confraternização e as fugas. Espalhados pelo
Brasil, fundaram em conjunto ou não com os nossos índios, vários cultos, dando
origem ao Candomblé na Bahia, ao Catimbó no nordeste, O Xangô em Pernambuco e o
Batuque no Rio Grande do Sul e outros cultos menores e muito raros como o
Omolocô e o Tambor de Minas.
Na
Umbanda, essas nações formaram a conhecida linha dos Pretos Velhos, formada por
espíritos desencarnados na época da escravidão. Seus trabalhos sempre muito
simples atingem psicologicamente os adeptos da religião, ocasião em que seus
consulentes descarregam mágoas, aborrecimentos, dores, neuroses, conflitos, etc
Os
Preto-Velhos da Umbanda representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor
e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam pois
curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Eles representam a
humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a
que foram submetidos no passado. Com seus cachimbos, fala pausada,
tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam aqueles que necessitam,
independentes de sua cor, idade, sexo e religião.
Não se
pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos
preto-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram
por muitas vidas anteriores onde foram negros escravos, filósofos, médicos,
ricos, pobres, iluminados e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam,
escolheram ou foram escolhidos para voltar à Terra em forma incorporada de
preto-velho.
Por
isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar,
não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de
mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo,
tenha fé, acredite em você, tenha amor, Amor a Deus e a Você mesmo.
AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO
Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto velho chorava. ..
De seus olhos molhados, lágrimas desciam-lhe pelas faces e, não sei porque, contei-as... Foram sete!
Na incontida vontade de saber,aproximei-me e o interroguei...
- Fala meu preto velho, diz ao teu filho porque externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu...
- Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas são distribuídas a cada uma delas.
A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas ofuscadas mentes não podem conceber...
A segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que os seus próprios merecimentos negam...
A terceira, distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar um semelhante...
A quarta, aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dele de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão...
A quinta, chega suave, tem o riso e o elogio da flor nos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito "Creio na Umbanda, nos seus caboclos e no seu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo"...
A sexta, eu dei aos fúteis, que vão de terreiro em terreiro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos, porém seus olhos revelam um interesse diferente...
A sétima filho, notas como foi grande e como deslizou pesada, foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os orixás; fiz doação dessa aos médiuns, vaidosos, que só aparecem no terreiro em dias de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual...
E assim, filho meu, foi para esses todos, que viste uma a uma, as sete lágrimas desse preto velho!
FESTA DOS PRETOS VELHOS
A Irmandade Umbandista Luz de Aruanda convida você e sua família para a sessão festiva em homenagem aos Pretos Velhos, que ocorrerá no dia 16/05/2012, quarta-feira, às 19h. Nesta gira serviremos a tradicional feijoada e haverá passes com os Pretos Velhos da I.U.L.A.
A I.U.L.A se localiza a Rua Deputado Sá Rego, lt 01, qd75, Vila São Luís, Duque de Caxias - RJ.
Tel: 3651 0277 e 7642 2816.
Referência: O endereço fica de esquina com a Rua São José e próximo a Rua Santa Tereza.
MENSAGEM DOS PRETOS VELHOS PARA OS FILHOS DE UMBANDA.
Copiei esse texto há um tempo atrás, trata-se de uma psicografia de uma Preta Velha, através de uma médium do Centro Espiritualista Caboclo Pery. Gostaria de dividir com todos os simpatizantes e adeptos da Umbanda. Aproveitando que estamos chegando às festividades de Pretos Velhos, vamos refletir juntos sobre a mensagem da Vovó Luíza da Bahia.
Esperança de uma Preta Velha
Vovó Luiza da Bahia
Médium Elizabeth Caetano Drumond – Psicografado em 30/04/2008
Fios,
Véia veio aqui hoje prá falar de Amor, Caridade e Humildade!
Sabe fios, Véia tem cutado muito os fios pidindo prá ser mais humilde, pidindo desculpa por ter falado um não pros irmãos, pidindo desculpa por não ter dado valor a famía enquanto estavam tudo carnado.
Véia quer fazê falador prá tudo suncês entender que quando os pedidô e os desculpador não vem do coração puro e verdadeiro que todos suncês pode ter, num dianta, fios.
É fácil fazer rezador quando a noite cai e achar que tudo tá resovido, o difíciu fio, é acordar depois e consegui amar a todos como o Pai Maior ensinou, é ajudar um desconhecido quando ele fazer precisador.
Suncês acham que fazer Caridade é só com amigo e família?
Isso é fáciu né fio?
É fáciu fazer rezador pro inimigo pedindo paz e luz, mas se o inimigo fazer ou falar alguma coisa que num é do agrado de suncês, suncês tudo esquecem do que pediu prá esses irmãos, se num é de coração num dianta.
Muitas vezes fio, suncês são seus próprios inimigos.
Suncês já fizeram pensador que muitas vezes suncês dão poder e força pros irmãos que nem faz mais pensador em suncês?
Sabe como tudo suncês fazem isso?
Lembrando todos os dias desses irmãos, falando todos os dias desses irmãos, julgando todos os dias esses irmãos.
E sabe o que é o pior fio? Muitas vezes suncês tiveram culpa das tristezas de seus corações.
É fáciu né fio culpar sempre alguém pelos seus erros, quedas e tristezas?
Porque os acertos fios, suncês levam o troféu suzinhos, às vezes fiu, suncês até falam que um irmão ajudou na vitória, mas se num fosse suncês não teria sido tão perfeito. Isso fio, é falsa humildade! Fio, cadê a Caridade? Cadê o amor com os irmãos?
“Amai vos uns aos outros como eu vos amei”. Suncês lembram quem falou isso? Foi o Pai Maior!
E sabe o que Véia tem prá falar? Nada nesse mundão acontece ou deixa de acontecer que não seja da vontade de Nosso Pai.
Orai e Vigiai, fios.
E nada nesse canzuá acontece ou deixa de acontecer que não seja da vontade do meu irmão Pery.
Que por mais erros, desvius e quedas que suncês passam, ele está sempre respeitando a vontade de cada um de suncês e sempre está de coração aberto pra tentar acertar e levantar tudo suncês.
E nós tudo estamos juntos ao seu lado prá pudê encaminhar cada problema prá direção certa.
Fios, quando suncês acordarem todos os dias agradeçam a nós não, e sim ao Pai Maior, por estarem encarnados e terem a oportunidade de resgatar seus carmas.
Como Véia sempre diz, só podemos ajudar se for do nosso merecimento e do merecimento de cada um de suncês, e somente se o Pai Maior quiser e achar que nós podemos ajudar.
Olhe prá um irmão como se fosse suncês. Não julguem para num serem julgados. Mas escutem sempre, pra sempre poderem ser escutados.
Reconhecer seus erros e injustiças é ser Humano, é ser Umbandista. Abaixar a cabeça e chorar não é vergonha não fio, é ser humilde.
Nêga Véia si dispedi com esperança de que cada um que leu esse papel tenha entrado um puquinho de irmandade dentro do coração de cada fio dessa cá Terra.
Que meu Pai Oxalá abençoe tudo suncês, que minha Mãe Oxum os cubra com seu manto pra que os inimigos não os enxerguem.
Saravá todo povo da Bahia!
Saravá todo povo de Congo!
Saravá todo povo de Mina!
Saravá todo povo de Angola!
Saravá todo povo de Nagô!
Saravá Umbanda!
Médium Elizabeth Caetano Drumond – Psicografado em 30/04/2008
Fios,
Véia veio aqui hoje prá falar de Amor, Caridade e Humildade!
Sabe fios, Véia tem cutado muito os fios pidindo prá ser mais humilde, pidindo desculpa por ter falado um não pros irmãos, pidindo desculpa por não ter dado valor a famía enquanto estavam tudo carnado.
Véia quer fazê falador prá tudo suncês entender que quando os pedidô e os desculpador não vem do coração puro e verdadeiro que todos suncês pode ter, num dianta, fios.
É fácil fazer rezador quando a noite cai e achar que tudo tá resovido, o difíciu fio, é acordar depois e consegui amar a todos como o Pai Maior ensinou, é ajudar um desconhecido quando ele fazer precisador.
Suncês acham que fazer Caridade é só com amigo e família?
Isso é fáciu né fio?
É fáciu fazer rezador pro inimigo pedindo paz e luz, mas se o inimigo fazer ou falar alguma coisa que num é do agrado de suncês, suncês tudo esquecem do que pediu prá esses irmãos, se num é de coração num dianta.
Muitas vezes fio, suncês são seus próprios inimigos.
Suncês já fizeram pensador que muitas vezes suncês dão poder e força pros irmãos que nem faz mais pensador em suncês?
Sabe como tudo suncês fazem isso?
Lembrando todos os dias desses irmãos, falando todos os dias desses irmãos, julgando todos os dias esses irmãos.
E sabe o que é o pior fio? Muitas vezes suncês tiveram culpa das tristezas de seus corações.
É fáciu né fio culpar sempre alguém pelos seus erros, quedas e tristezas?
Porque os acertos fios, suncês levam o troféu suzinhos, às vezes fiu, suncês até falam que um irmão ajudou na vitória, mas se num fosse suncês não teria sido tão perfeito. Isso fio, é falsa humildade! Fio, cadê a Caridade? Cadê o amor com os irmãos?
“Amai vos uns aos outros como eu vos amei”. Suncês lembram quem falou isso? Foi o Pai Maior!
E sabe o que Véia tem prá falar? Nada nesse mundão acontece ou deixa de acontecer que não seja da vontade de Nosso Pai.
Orai e Vigiai, fios.
E nada nesse canzuá acontece ou deixa de acontecer que não seja da vontade do meu irmão Pery.
Que por mais erros, desvius e quedas que suncês passam, ele está sempre respeitando a vontade de cada um de suncês e sempre está de coração aberto pra tentar acertar e levantar tudo suncês.
E nós tudo estamos juntos ao seu lado prá pudê encaminhar cada problema prá direção certa.
Fios, quando suncês acordarem todos os dias agradeçam a nós não, e sim ao Pai Maior, por estarem encarnados e terem a oportunidade de resgatar seus carmas.
Como Véia sempre diz, só podemos ajudar se for do nosso merecimento e do merecimento de cada um de suncês, e somente se o Pai Maior quiser e achar que nós podemos ajudar.
Olhe prá um irmão como se fosse suncês. Não julguem para num serem julgados. Mas escutem sempre, pra sempre poderem ser escutados.
Reconhecer seus erros e injustiças é ser Humano, é ser Umbandista. Abaixar a cabeça e chorar não é vergonha não fio, é ser humilde.
Nêga Véia si dispedi com esperança de que cada um que leu esse papel tenha entrado um puquinho de irmandade dentro do coração de cada fio dessa cá Terra.
Que meu Pai Oxalá abençoe tudo suncês, que minha Mãe Oxum os cubra com seu manto pra que os inimigos não os enxerguem.
Saravá todo povo da Bahia!
Saravá todo povo de Congo!
Saravá todo povo de Mina!
Saravá todo povo de Angola!
Saravá todo povo de Nagô!
Saravá Umbanda!
AGRADECIMENTOS - FESTA DE OGUN
A Irmandade Umbandista Luz de Aruanda, na pessoa do Pai José Carlos agradece a todos que colaboraram de alguma forma para que a festa de Pai Ogun acontecesse. Obrigado aos filhos, aos amigos da casa, aos visitantes, aos frequentadores da I.U.L.A por doarem sua voz, suas palmas, sua energia para que a louvação a Ogun se desse linda e emocionante como foi.
Que Ogun possa cobrir a todos de luz, paz e bênçãos.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
OS FILHOS DE OGUM
Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.
Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.
São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.
As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos. Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. Para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.
A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.
Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.
É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos. Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.
OGUM
Divindade masculina yorubá, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. É sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. É filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi, nas lendas africanas. Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro, na verdade foi Ogum quem deu as armas de caça a Oxossi. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. É a vida em sua plenitude.
Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro. Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados. Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta. Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas, mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.
Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido. É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador, mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .
É o dono do Obé (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo após Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios realizados nas casas de nação. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos (Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção).
Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exú. Se Exú é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.
Na umbanda o Orixá Ogun se apresenta na cabeça de seus filhos dando nomes de acordo com as linhas que cruzam, ou campos de atuação, tal qual como ocorre com as qualidades do candomblé:
Ogun em sintonia com Iemanjá: Ogun Beira-Mar, Ogun Iara (também com Oxum), Ogun Sete Ondas, Ogun Marinho, entre outros.
Ogun em sintonia com Xangô: Ogun da Pedreira, Ogun de Lê (ou Ogun de Lei, aquele que executa as leis).
Ogun em sintonia com sua linha ‘pura’: Ogun Sete Espadas
Ogun em sintonia com Obaluayê, linha das almas e cemitérios: Ogun Megê, Ogun das Almas.
Ogun em sintonia com Oxosse: Ogum Rompe-Mato
Ogun em sintonia com o povo de Exu: Ogun Naruê, Ogum de Ronda.
Ogun em sintonia com Oxalá: Ogun do Sol, Ogun Matinata.
Ogun em sintonia com a linha do Oriente: Ogun Sete Estrelas.
Ogun em sintonia com a linha de Ibejis: Ogun Menino
FESTA EM HOMENAGEM A OGUM E PROCISSÃO DE SÃO JORGE
A Irmandade Umbandista Luz de Aruanda, situada à rua Deputado Sá Rego, lt01, qd75, Vila São Luís, Duque de Caxias-RJ; convida a todos adeptos e simpatizantes da Umbanda e religiões afins para a festividade em homenagem a Ogun, a procissão de São Jorge e o aniversário de fundação da Casa, que ocorrerão no dia 23/04/2012, com início às 16:30. Pedimos a todos que venham com roupas brancas ou vermelho e brancas, para homenagearmos o Santo Guerreiro, nesta marcha de paz, clamando proteção e caminhos abertos. Serviremos um jantar e faremos nossa gira com a Corrente da Falange de Ogun. Todos são nossos convidados, estamos agradecidos a Deus e a Ogun pelos sete anos de fundação da I.U.L.A e gostaríamos de compratilhar essa alegria com todos os nossos irmãos de fé.
Dirigentes de Centros de umbanda sintam-se convidados a trazerem seus grupos para participarmos da gira em conjunto, basta telefonarmos para combinarmos e agendarmos esta confraternização.
Os telefones para contato e maiores esclarecimentos são: 3651 0277 e 7642 2816.
Conto com todos e que São Jorge esteja conosco... Axé de Pai Ogun a todos....
Pai José Carlos d'Ogun
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