Os
Pretos Velhos representam os espíritos dos nossos irmãos africanos trazidos ao
Brasil na época da colonização, período em que a raça negra foi escravizada
pelo colonizador português em nosso país (de 1530 a 1888).
Os
negros foram ainda escravizados por outras nações em outras partes do mundo,
como exemplo os Espanhóis que também os escravizaram na colonização da América
Central e os Ingleses que os escravizaram na época da colonização da América do
Norte.
Com
nossos irmãos africanos aprendemos lições (muito difíceis de praticar) de
perdão sem limites e amor ao próximo, de forma, que nenhuma outra entidade com
a qual tivemos contato conseguiu transmitir. Na Umbanda, apresentam-se como
espíritos muito simples e extremamente bondosos, são sempre muito pacientes em
tudo o que fazem e ensinam. Normalmente
desencarnaram em idades avançadas, por esse motivo apresentam-se nos templos,
arqueando o corpo do médium, transmitindo a impressão de alguém com muita
idade, utilizam assim essa roupagem fluídica, de forma a desenvolver respeito,
atenção, carinho para que todos possam ouvir as sábias palavras que só um
ancião experiente e resignado pode transmitir; assim os consulentes e médiuns
de umbanda vão se embalando nos conselhos do vovô e da vovó . No
desenvolvimento de seus trabalhos que são sempre muito sérios, ouvem mazelas e
sofrimentos de toda espécie, transformando o desenvolvimento de seus trabalhos
em verdadeiras sessões de psicanálise, ocasião em que sempre trazem o conforto
e a paz de espírito a todos que os procuram. Trabalham sentados em banquinhos
ou em pé, usam cachimbos, charutos ou cigarros de palha em suas defumações.
Quando
encarnados nas senzalas eram praticantes e grandes conhecedores dos processos
da milenar e poderosíssima magia africana, inclusive a negativa. Hoje utilizam
esses conhecimentos para desmanchar feitiços e macumbas tenebrosas. No período
colonial a raça negra habitava praticamente todo continente africano e também a
ilha de Madagascar. Povoavam a África desde o extremo sul do continente até o
sul do deserto do Saara no norte da África. Eram compostos de dois grandes
grupos conhecidos como Sudaneses e Bantos. Os Sudaneses habitavam a região
norte e central da África e os Bantos a região sul e a ilha de Madagascar.
Entre eles haviam também outros grupos menores como os Nagôs ou Iorubás que
habitavam a atual Nigéria, os Jejês que eram procedentes do Daomé, os Malês
foram trazidos do norte da África e eram adeptos da religião muçulmana. Sabiam
ler e escrever e eram normalmente superiores nesse sentido ao colonizador
português. Minas era o nome dado a outros grupos menores conhecidos como Fanti
e Ashanti. Os Bantos foram trazidos em grande parte do Congo, de Angola e de
Moçambique. Chegaram ao Brasil acorrentados em navios conhecidos como negreiros
ou tumbeiros. A falta de higiene, os maus tratos e as doenças faziam com que
muitos morressem durante a viagem, daí o nome tumbeiro também ser usado para
navio negreiro. Quando chegavam ao Brasil eram vendidos como animais em leilões
públicos e em seguida espalhados pelo Brasil. Aqueles que os compravam,
procuravam fazê-lo em lotes de diferentes nacionalidades, costumes e idiomas,
com o objetivo de dificultar a confraternização e as fugas. Espalhados pelo
Brasil, fundaram em conjunto ou não com os nossos índios, vários cultos, dando
origem ao Candomblé na Bahia, ao Catimbó no nordeste, O Xangô em Pernambuco e o
Batuque no Rio Grande do Sul e outros cultos menores e muito raros como o
Omolocô e o Tambor de Minas.
Na
Umbanda, essas nações formaram a conhecida linha dos Pretos Velhos, formada por
espíritos desencarnados na época da escravidão. Seus trabalhos sempre muito
simples atingem psicologicamente os adeptos da religião, ocasião em que seus
consulentes descarregam mágoas, aborrecimentos, dores, neuroses, conflitos, etc
Os
Preto-Velhos da Umbanda representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor
e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam pois
curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Eles representam a
humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a
que foram submetidos no passado. Com seus cachimbos, fala pausada,
tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam aqueles que necessitam,
independentes de sua cor, idade, sexo e religião.
Não se
pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos
preto-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram
por muitas vidas anteriores onde foram negros escravos, filósofos, médicos,
ricos, pobres, iluminados e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam,
escolheram ou foram escolhidos para voltar à Terra em forma incorporada de
preto-velho.
Por
isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar,
não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de
mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo,
tenha fé, acredite em você, tenha amor, Amor a Deus e a Você mesmo.
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