quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

YABÁS



A palavra yabá quer dizer “Mãe Rainha” e que na África era um título apenas atribuído aos Orixás Yemanjá e Oxum e que no Brasil se estendeu a todos os outros orixás femininos.  Senhoras misteriosas em seus fundamentos, ligadas muitas vezes as águas e fecundidade, entedê-las profundamente é como se nós quiséssemos conhecer todos os mistérios da vida e do surgimento da vida.  Crer na força das Yabás ou nas nossas chamadas “Mães de Cabeça” é como querer estar sempre amparado pela própria mãe carnal em si.  Tal como na família material onde muitas vezes a figura da mãe tem o papel mediador entre a postura educativa e mais séria do pai para com o filho, assim são essas sagradas mãezinhas.  Energeticamente falando, as Yabas são a metade feminina da existência; ou seja, não há procriação sem a presença do homem, muito menos da mulher.  Trataremos abaixo das nossas Yabás cultuadas na Umbanda. 
Oxum é a senhora das águas doces, cascatas e rios, desde a sua nascente até o seu encontro com o mar.  Senhora do ouro, do mel, da beleza, da vaidade feminina,  encanto e também do jogo de Ifá (jogo de búzios).  Oxum rege também a fertilidade devido a sua ligação ao óvulo liberado em cada ciclo menstrual.  É a responsável pelas artes culinárias, a qual segundo as lendas, “dobravam” as opiniões contrárias dos seus inimigos através do estômago.  Possui o título de Yialodê (ou “Senhora da Tribo”), ou seja, é a grande mãe que de todos toma conta, zela e protege.  Suas cores na umbanda são o amarelo, dourado ou azul claro em algumas casas.  Seu campo de atuação é o amor, as relações humanas, a comunicação, a sensualidade pelo encanto e pela beleza.  Suas obrigações devem sempre serem feitas em ambiente limpo (Oxum detesta poeira e sujeira), gosta de doces finos e frutas das mais variadas,  principalmente as ricas em caldo e sua comida mais ofertada, sem dúvida é o omolocum.
Yemanjá é a senhora dos mares e oceanos.  Dona do Ori, rege o casamento a vida em família.  Senhora também da etiqueta social.  Yabá bastante adorada em nosso país devido a grande extensão de praias e também do mar ser para alguns a sua única fonte de sobrevivência e sustento.  Suas cores são o azul, o branco e também o prateado.  Também gosta de espelhos tão  quanto Oxum por também estar ligada a vaidade, sendo que esta vaidade não é tão coquete e dengosa quanto a de Oxum, a vaidade de Yemanjá está mais ligada a vaidade de uma rainha soberana e poderosa, visto que, ao lado de Oxalá, também está bastante ligada a criação e na mitologia yorubá ocupar a posição de mãe de todos os Orixás – a grande Matriarca.  É a senhora de todas as obrigações de cabeça e oboris.  Rege também a fase da gestação até o nascimento da criança.  A Yemanjá pode ser ofertado cocadas brancas, eboya, arroz branco com camarão seco, claras em neve, frutas claras, peixes (tais como sioba e corvina, p. ex.) e também o manjar e etc.
Yansã é a senhora dos bambuzais, das ventanias, dos redemoinhos das tempestades.  Yabá muito ligada ao elementos fogo e ar.  Yansã representa a sensualidade, a sexualidade, o prazer, a boa risada, a gargalhada sincera e a alegria vibrante.  A energia da sensualidade que emana desta yabá vem pelos caminhos do desejo ardente e incontrolável.  Tanto que nas lendas africanas, Yansã foi esposa de vários orixás (Obaluayê, Ossain, Ogun, Oxossi, Xangô) isso não só para representar a inquietude regida por ela mas também para mostrar que o elemento AR está presente em vários lugares da natureza e necessário a eles (o vento é necessário para a procriação das plantas, multiplicação das florestas, para alimentar o fogo, por exemplo etc.).  Yansã representa a mulher que antes de ir a luta beija os filhos com carinho e chegando nos campos de batalha não deixa a bravura sufocar a sua feminilidade e sensualidade.  Em suas comidas votivas não pode faltar dendê, sendo o acarajé seu prato mais ofertado.  Também aceita frutas diversas.  Também aceita o abará (papa de feijão fradinho em folha de bananeira cozida em banho maria).  Suas cores principais são o vermelho e o coral, também sendo em algumas casas o rosa e o amarelo.
Nanã Buruquê é a senhora dos pântanos, alagadiços e manguezais.  É a mais velha das Yabás muito ligada aos mistérios da criação.  Segundo lendas, Nanã participou da criação do mundo junto a Oxalá, emprestando-lhe o barro para a confecção do ser humano, fazendo –lhe jurar que ao final da vida de cada um deles que ele devolvesse o seu “barro sagrado” novamente, daí a sua saudação: Saluba Nanã Buruquê (Retornaremos ou nos refugiaremos em Nanã Buruquê).  Yabá muito ligada a vida e a morte, tão quanto Obaluayê, rege a ancestralidade, a tudo o que é antigo e arcaico.  Rege o que não precisa ser mudado por já funcionar (representa “o modernizar pra quê?”) - ex.: uma moringa de barro ao invéz de uma jarra metálica ou uma escama de pirarucu (usada no mundo indígena para o corte de animais e hortaliças ao invés da moderna faca de aço -.  Nanã é contrário a modernidades e barulheira.  Representa o silêncio, a meditação o aconselhamento e a sabedoria dos mais antigos.  Representa os idosos e sua sabedoria acumulada pela experiência.  Suas cores são o branco e o lilás, ou também o azul cobalto.  Gosta de efó, omolocum de feijão branco, água mineral, beterraba e berinjela preparadas devidamente.  Também aceita frutas.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Frutas dos Orixás


      As frutas são muito utilizadas em oferendas aos Orixás e Entidades e possuem alto valor a nível de energia. Representam beleza, encanto, também guardam os embriões de uma nova planta, possuem diversos aromas, diversos sabores e não são processadas, são oferecidas in natura, trazendo para o terreiro um pedacinho da natureza sagrada.
      Cada raiz possui uma diferente associação das frutas aos seus respectivos Orixás, mas vamos descrever aqui as mais comuns, afinal sendo partículas da natureza, todas elas são bem aceitas pelas vibrações dos Orixás em seus trabalhos de manipulação e distribuição de energia.


OXALÁ - Coco verde, melão, uvas verdes, pêras, maracujá.

IEMANJÁ - Uvas verdes, mamão, pêra, melancia.

OXUM - Melão, pêssego, maçãs.

IANSÃ - Manga rosa, uvas avermelhadas, ameixas e pitangas.

NANÃ -  Abiu roxo, uvas moscatel, ameixas e figos.

OGUN - Manga espada, mamão e abacate.

OXOSSE - Todas as frutas, especialmente caju e goiabas.

XANGÔ - Fruta de conde, morango e maçãs.

OBALUAYÊ - Bananas da terra, sapoti, kwi, graviolas, maracujá.




MESA DE OXALÁ


Filhos e amigos da Irmandade Umbandista Luz de Aruanda:

No próximo dia 28 faremos a nossa sessão de encerramento com a Mesa de Oxalá, onde nos reunimos para agradecer ao Grande Mestre pelo bom ano que tivemos e para clamarmos pela paz. Antes deste ritual teremos ainda, no mesmo dia, uma corrente com os Ciganos.
Aviso aos médiuns: podem trazer os objetos de trabalho dos ciganos, porém os mesmos trabalharão de branco e não usarão de bebida alcóolica.
Nossas obrigações votivas serão com frutas, pães, incensos e flores brancas. Por tanto cada médium deverá trazer frutas relativas aos seus Orixás, flores brancas e um pão bonito para a mesa.

Pedimos aos filhos também que tragam uma lembrancinha unissex simbólica no valor de R$ 7,00 para fazermos o amigo oculto na hora. 

Aos nossos amigos visitantes, pedimos que neste dia em especial venham vestidos de branco e querendo tragam também frutas relativas aos seus Orixás e flores.

A sessão terá início às 18 horas e previsão de término às 22:30.
No próximo post escreverei sobre frutas relacionadas a cada Orixá cultuado na Umbanda.
Um Feliz Ano Novo a todos e que Pai Oxalá possa ter misericórida de todos nós.... Meu saravá na lei!