Zelar pelo Parto e Infância.
Promover o amor(união), a harmonia e o equilíbrio entre os sentimentos.
São a alegria que contagia a
Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a
singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos
pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer
confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos
dessa natureza.
São espíritos que já estiveram
encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através
da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em
sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por
isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala
de criança, o gosto por brinquedos e doces.
Assim como todos os servidores
dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de
mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos
pretos-velhos.
É uma falange de espíritos que
assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material,
também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser
tutelada. Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes
para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.
No Candomblé,
o Erê, tem uma função muito importante. Como o Orixá não fala, é ele quem vem
para dar os recados do pai. Ainda
no Candomblé, o Erê tem muitas outras funções, o Yaô, virado no Erê, pode fazer
tudo o que o Orixá não pode, até mesmo as funções fisiológicas do médium, ele
pode fazer. O Erê muitas vezes em casos de necessidade extrema ou perigo para o
médium, pode manifestar-se e trazê-lo para a roça, pegando até mesmo uma condução
se for o caso.
Na Umbanda mais uma vez, vemos a diferença
entre as entidades/divindades. A Criança na Umbanda é uma manifestação de um espírito cujo
desencarne normalmente se deu em idades infanto-juvenis. São tão barulhentos
como os Erês, embora alguns são bem mais tranqüilos e comportados.
No
Candomblé, os Erês, tem normalmente nomes ligados ao dono da coroa do médium.
Para os filhos de Obaluaiê, Pipocão, Formigão, para os de Oxossi, Pingo Verde,
Folinha Verde, para os de Oxum, Rosinha, para os de Yemanjá, Conchinha Dourada
e por ai vai.
As Crianças da Umbanda tem os nomes
relacionados normalmente a nomes comums, normalmente brasileiros. Rosinha,
Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc...
As crianças de Umbanda comem bolos, balas,
refrigerantes, normalmente guaraná e frutas, os Erês do
Candomblé além desses, comem frangos e outras comidas ritualisticas como o
Caruru, etc... Isso não
quer dizer que uma Criança de Umbanda não poderá comer Caruru, por exemplo. Com
Criança tudo pode acontecer.
Quando incorporadas em um médium, gostam de
brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária
muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas
brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida.
Os "meninos" são em sua maioria mais
bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas,
há sempre excessões ,rs. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros
descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características,
que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de
exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém
da assistência.
Os pedidos feitos a uma criança incorporada
normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que
elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma
criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a
"brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido
pode não ser tão "engraçada" assim.
Poucos são aqueles que dão importância devida
às giras das vibrações infantis.
A exteriorização da mediunidade é apresentada
nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de
criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja
realizada em dias festivos, e às vezes não consegamos conter os risos diante
das palavras e atitudes que as crianças tomam.
Mesmo com tantas diferenças é possível
notar-se a maior características de todos, que é mesmo a atitude infantil, o
apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem
as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais
brinquedos e guloseimas nos dias apropriados. A festa de Cosme e Damião, santos
católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida
em quase todos os terreiros do pais.
Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os
primeiros santos a terem uma igreja erguida para seu culto no Brasil. Ela foi
construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe.
As festas para Ibeiji, tem duração de um mês, iniciando a 27 de
setembro (Cosme e Damião) e terminando a 25 de outubro, devido a ligação
espiritual que há entre Crispim e Crispiniano com aqueles gêmeos, pela
sincretização que houve destes santos católicos com os "ibejis"
ou ainda "erês" (nome dado pelos nagôs aos santos-meninos que têm as
mesmas missões.
Nas festas de ibeiji, que tiveram origem na
Lei do ventre-Livre, desde aquela época até nossos dias, são servidos às
crianças um "aluá" ou água com açúcar (ou refrigerantes adocicados no
dia de hoje), bem como o caruru (também nas Nações de Candomblés).
Não gostam de desmanchar demandas, nem de
fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando
com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua
vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano.
Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos,
pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se
calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles.
Muitas entidades que atuam sob as vestes de um
espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas
como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são
conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores
que trabalhavam com a magia dos elementos.