segunda-feira, 25 de julho de 2011

Oferendas a Nanã!

  
   Nanã aprecia flores de cores lilás, seu símbolo é a chuva, trabalha na energia de pedras ametistas e na energia do número 13. Rege os chackras frontal e cervical, é cultuada às segundas-feiras e seu elemento é a água. Lírio, Orquídea, limão, narciso e dália são essências ligadas a Nanã. Manjericão Roxo, Colônia, Ipê Roxo, Folha da Quaresma, Erva de Passarinho, Dama da Noite, Canela de velho, Salsa da Praia e Manacá são ervas ligadas a mãe Nanã.
      As oferendas são sempre acompanhadas de água mineral, velas brancas ou lilás e citamos alguns exemplos:
1) Flor de Nanã:

Fazer uma flor com massa de batata doce cozida e descascada ( o miolo ) e repolho roxo ( as pétalas ).

2) Canjica de Nanã:

Canjica cozida com leite de coco.
3) Beringelas da Avó:

Berinjelas e batatas doces cozidas e servidas em travessa de barro, fatiadas ao comprido.

4) Efó:

Ferve-se 1 maço bem grande de língua de vaca, espinafre ou bertalha. Depois bater com colher de pau até virar um purê; Passa-se por uma peneira e espalhe a massa para evaporar toda a água; Depois de seca, coloca-se numa panela, junto com azeite de dendê, camarões secos e cebola. Cozinha-se com a panela tampada e em fogo baixo
  
Além destas, Nanã aprecia frutas como banana-da-terra e figo.
Em outro estudo futuro trabalharemos o sentido das oferendas no culto umbandista.


CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE NANÃ


Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça, pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.

Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela.
Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, mantém-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.

Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.

Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm.

Os filhos de Nanã são calmos e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas lentas no exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a indulgência das avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça, com segurança e majestade.
O tipo psicológico dos filhos de NANÃ à introvertido e calmo. Seu temperamento é severo e austero. Rabugento, é mais temido do que amado. Pouco feminina, não tem maiores atrativos e à muito afastada da sexualidade. Por medo de amar e de ser abandonada e sofrer, ela dedica sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.

Saluba Nanã Buruque!!!!

              
              26 de Julho é dia consagrado a Nanã, sincretizada como Senhora Sant'Ana, a mãe mais velha, a avó. Nanã representa na Umbanda a sabedoria, a transmutação, a origem, a ancestralidade. Seus falangeiros, além de trabalhar nestes aspectos trabalham também na linha de cura espiritual, física e psíquica. Seu dia é segunda-feira; sua cor é lilás e a saudação é Saluba Nanã!, que quer dizer ''nos refugiamos em Nanã". Dentro dos cultos do candomblé filhos homens não ''viram'' em Nanã, por conta de tradições ligadas a itans africanos que justificam o culto; na umbanda porém, filhos do sexo masculino recebem a energia desta grande mãe de Aruanda.
  De acordo com as lendas africanas, Nanã é a mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira  com a ponta curvada e enfeitado com búzios.
Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.
1.        Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
2.        O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
3.        O Movimento adquire Estrutura.
4.        Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.
Portanto, para alguns, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca.
Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido.
A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.
Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo.
Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.
Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Nanã, é um Orixá feminino cujo culto surgiu em Daomé e foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo Daomeano (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.
Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

INTERATIVIDADE...


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      Estamos sempre pondo matérias novas relacionadas à umbanda e à espiritualidade em geral, pensando em enriquecimento cultural de todos que nos procuram virtualmente. Mas, para sabermos se você está gostando, se o material está sendo de interesse, precisamos da sua interatividade no blog; por tanto participe do blog, clique em participar e esteja sempre comentando os tópicos, trocando conosco, esclarecendo suas dúvidas, sugerindo temas nos comentários, para que possamos ser estimulados a estar sempre postando e para que estas postagens possa de alguma forma ajudá-los. 

Forte abraço, José Carlos Mello

quarta-feira, 20 de julho de 2011

BANHO DE SAL GROSSO ...

      Muitas pessoas, ligadas ou não à umbanda, recorrem de vez em quando ao famoso banho de sal grosso. O sal grosso, que tem origem marinha é realmente um ótimo dispersador de energias, por ter propriedades eletroquímicas e espirituais( elemento presente na calunga grande de Mãe Iemanjá ). Mas como deve ser preparado o banho de sal grosso? Todos podem tomar?
      O banho de sal grosso, como dito, dispersa energias, porém 'arrasta' consigo energias positivas também. Logo, ao tomarmos somente um banho de sal grosso, nos sentimos leves, mas também fracos. O fato de descarregar energias negativas e positivas faz deste banho, um banho intermediário, ou seja, depois do banho de sal grosso temos sempre que tomar um banho de ervas ou de essências que reponham as cargas positivas da nossa aura.
     Outra observação importante é que o banho de sal grosso nunca deve ser utilizado na cabeça, pois nesta existem chackras(canais de energia) de extrema importância em nossa vida, cujas energias devem ser sempre mantidas positivas.
     Os banhos de sal grosso são sempre recomendados em casos de cargas extremamente negativas, onde realmente precise ocorrer um arraste de energias. Cargas oriundas de invejas, médiuns que carregaram-se em um ambiente negativo espiritualmente, cargas oriundas de magias e pragas, entre tantos outros 'carregos' dos quais possamos ser vítimas, são indicados os banhos de sal grosso. Mas devemos ter sempre cautela e nunca exagerar na frequência destes banhos.
      Uma das maneiras de se preparar o tal banho é concentrar-se nas intenções, por em um balde d'água, sete (7) punhados de sal grosso. A partir daí esperar dissolver e tomar o banho.
     Uma dica para os iniciantes dentro da umbanda ou apenas simpatizantes é que após o banho de sal grosso, se tome um banho de ervas maceradas, preparado com saião, manjericão e colônia, da cabeça aos pés. Este é um banho frio e pode ir em nossas cabeças, reequilibrando nossos chackras.
      Além dos benefícios espirituais, o banho de sal grosso também possui outras vantagens ao nosso corpo, vejamos:

Fisiológico
· Ajuda a desintoxicar o corpo e afastar os vírus
· Estimula a circulação natural para a melhoria da saúde
· Ajuda a aliviar o pé do atleta, calos e calosidades
· Relaxa a tensão, dores musculares e nas articulações
· Ajuda a aliviar artrite e reumatismo
· Ajuda a aliviar a dor lombar crônica
Benefícios estético

· Tira as impurezas da pele
· Alivia irritações da pele como psoríase / eczema
· Alivia comichão, ardor e picadas
· Suaviza e amacia a pele
· Incentiva a pele se renovar
· Ajuda a curar as cicatrizes
· Restaura o equilíbrio a umidade da pele
Ocupacional

· Alivia o cansaço, os pés doloridos e os músculos da perna
· Alivia a tensão nas mãos e punhos
· Ajuda a aliviar lesões no desporto
Psico-física

· Proporciona um relaxamento profundo
· Ajuda a aliviar o estresse e tensão


José Carlos Mello, dirigente de culto da Irmandade Umbandista Luz de Aruanda


A MAGIA DOS INCENSOS

         
               Há anos, o incenso vêm sendo utilizado pelas diversas crenças, religiões e mesmo pessoas descompromissadas com qualquer tipo de credo. Os antigos, extremamente cautelosos e minuciosos em relação ao preparo de seus rituais, e, é claro, do ambiente em que realizavam estes rituais, escolhiam os incensos mais apropriados para aquilo que desejavam e esperavam alcançar.
            O uso dos incensos se propagou pelo tempo, tornando-se um importante instrumento universal de meditação, purificação, proteção, não sendo errado acreditar em algumas afirmações encontradas em livros, sites e crendices, tais como:
I. Os incensos, uma vez utilizados de maneira correta, criam uma atmosfera no ambiente, de energia, equilíbrio e harmonia, que ajudam o ser humano a sintonizar mais facilmente com os planos superiores;
II. Associa o homem à divindade, o finito ao infinito. Alguns, ainda, afirmam que os incensos possuem a incumbência de levar a prece para o céu.
III. O incenso está relacionado ao elemento ar e representam a percepção da consciência que, no ar, está presente em toda parte.
            Os Incensos são misturas de ervas, aromas, ou seja, misturas de componentes alquímicos que possuem a função básica de elevar espiritualmente, tanto o ambiente como o próprio ser, servindo como agente mediúnico das intenções humanas ao Astral.
Para manipular corretamente o incenso, devemos tomar certos cuidados tais como:
a) Acender o incenso sempre com uma intenção clara, podendo ser um puro agradecimento, prece, meditação ou o que mais tiver em mente;
b) Nunca devemos apagar o incenso com sopros;
c) Tentar sempre escolher a fragrância ou mistura conciliando com o que buscamos.

Alguns escritores descrevem a fumaça como sendo o, abstratamente, a transmutação da matéria em espírito , ou seja carvão com o aroma, respectivamente. Talvez isto explique o porque da necessidade de se ter uma intenção.
Segue-se abaixo, uma pequena lista de alguns tipos e suas propriedades.

Arruda: confere proteção espiritual e aumenta a segurança. Eficiente na eliminação de energias negativas e sua purificação.
Acácia: evita pesadelos e transmite um sono tranqüilo.
Absinto: favorece a clarividência, e também, para proteção e amor.
Alecrim: afasta a depressão, purifica o local em questão, e eleva o nível de pensamentos.
Alfazema: eleva o astral e transmite tranqüilidade.
Almíscar: aumenta a sorte e o sucesso, assim como a intuição.
Angélica: aumenta a proteção.
Artemísia: faz aflorar a clarividência.
Anis estrelado: atrai a boa sorte.
Benjoim: aumenta a criatividade, seja em trabalhos artísticos ou escritos.
Camomila: melhora as finanças e acalma emocionalmente.
Canela: é indicado para questões financeiras e tranqüiliza o ambiente.
Cânfora: aumenta a realização emocional e profissional e elimina todo tipo de energia negativa.
Cedro: aumenta a força física. Indicado para purificar os ambientes, pois atrai vibrações de harmonia. sucesso com vendas.
Cipreste: aumenta a concentração, a firmeza e o equilíbrio. Proporciona prosperidade e fortuna.
Cravo: abre os caminhos, atrai dinheiro, destrói as energias negativas reinantes e confere segurança.
Erva cidreira: confere felicidade e sucesso; assim como promove o encontro de verdadeiro amor.
Erva doce: eficaz contra "olho gordo"; como também promove a harmonia e paz.
Eucalipto: renova as energias e promove uma verdadeira limpeza energética do local.
Hortelã: anula as energias negativas. É muito indicado para aumentar a compreensão, o poder de decisão, a ordem.
Jasmim: aumenta a resistência física e melhora os negócios. Acalma o ambiente.
Lavanda: elimina a depressão e confere um sono tranqüilo.
Manjericão: traz sorte, felicidade, prosperidade e proteção.
Mirra: estimula a intuição.
Noz moscada: alegra o ambiente e atrai dinheiro, da maneira justa e merecida.
Orquídea: indicado para purificar o ambiente de trabalho e ajudar a encontrar soluções para problemas práticos.
Patchuli: traz abundância e reativa a fertilidade.
Pimenta da Jamaica: elimina brigas dentro de casa; atrai dinheiro e boa sorte.
Pinho: atrai proteção e aumenta a fertilidade.
Rosa branca: limpa o ambiente contra as energias maléficas e acalma as pessoas que estão ao seu redor.
Sândalo: ajuda no desenvolvimento e expansão da intuição.
Sândalo branco: traz sucesso, proteção e aumenta o poder da meditação.
Vertiver: é a fragrância que protege o comércio, favorecendo as boas vendas, atraindo dinheiro e a boa sorte.
Violeta: ajuda a espantar as energias negativas.


José Carlos Melo, dirigente de culto umbandista.

O PODER DA DOÇURA



O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras.
Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos ele foi tomando volume e se tornando um rio maior.
O viajante continuou a segui-lo. Bem mais adiante o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.
A música das águas atraiu mais o viajante que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras.
Descobriu, finalmente, uma gruta. A natureza criara com paciência caprichosas formas na gruta. Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.
De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, Prêmio Nobel de Literatura de 1913:
Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.

Assim também acontece na vida. Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas.
E existem as pessoas suaves, que sabem dosar a energia e tudo conseguem. São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante.
Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo.
E conseguem modificar muitas coisas. Um sábio exemplo foi de Madre Teresa de Calcutá.
Antes dela e depois dela tem se falado em altos brados sobre miséria, fome e enfermidades que tomam comunidades inteiras.
Ela observou a miséria, a morte e a fome rondando os seus irmãos, na Índia. Tomou uma decisão. Agiu. Começou sozinha, amparando nos braços um desconhecido que estava à beira da morte nas ruas de Calcutá.
Fundou uma obra que se espalhou, com suas Casas de Caridade, por todas as nações.
Teve a coragem de se dirigir a governantes e homens públicos para falar de reverência à vida, de amor, de ação.
Não gritou, não esbravejou. Cantou a música do amor, pedindo pão e afeto aos pobres mais pobres.
Deixou o mundo físico, mas conseguiu esculpir as linhas mestras do seu ideal em centenas de corações. Como a água mansa, ela cantou nos corações e os conquistou, amoldando-os para a dedicação ao seu semelhante.

Há muito amor em sua estrada que, por enquanto, você não consegue valorizar...
Busque se aplicar no dom de ver e, vendo a ação da presença do Criador, que é amor, na expressão mais alta, como conceituou o Apóstolo João, faça de sua passagem pelo mundo um dia feliz.
Se você espera ser útil e desaprova a paralisia do coração, procure amar, porque todos os mistérios da vida e da morte se encontram no amor... pois o amor é Deus!
                                                                                                                  Redação do Momento Espírita, com pensamento finais do cap. 22 do livro Rosângela, pelo Espírito homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 26.04.2011.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ERVAS CONSAGRADAS A EXU

         
          Tanto nos cultos umbandistas quanto nas diversas nações do candomblé, as ervas estão sempre presentes em todos os tipos de trabalhos e obrigações. Dentro da mitologia africana existem lendas (itans) que contam como cada orixá recebeu de Ossãe(Orixá cultuado nos candomblés, Senhor das Folhas) o segredo, a magia de cada folha. Exu, orixá mensageiro, senhor dos limites, também tem suas folhas e mirongas.
            Dentro da umbanda utilizamos as folhas de Exu nas limpezas e consagração de imagens e outros materiais pertinentes aos nossos Exus compadres e comadres, que são entidades que representam a energia do Orixá Exu e trabalham na umbanda por evolução espiritual, guiados pela energia de Exu e dos Orixás para quais trabalham.
            Mas as folhas de Exu não servem só para se tratar espiritualmente dos ‘assentamentos’, elas também servem para descargas pesadas, para defumações, para limpezas de comércios, além de algumas terem funções medicinais. Vejamos abaixo algumas ervas de Exu e suas funções nos cultos e em nosso dia-a-dia.

Amendoeira: Seus galhos são usados nos locais em que o homem exerce suas atividades lucrativas. Na medicina caseira, seus frutos são comestíveis, porém em grande quantidades causam diarréia de sangue. Das sementes fabrica-se o óleo de amêndoas, muito usado para fazer sabonetes por ter efeitos emolientes, além de amaciar a pele.

Amoreira: Planta que armazena fluidos negativos e os solta ao entardecer; é usada pelos sacerdotes no culto a Eguns. Na medicina caseira, é usada para debelar as inflamações da boca e garganta.

Aroeira: Além de estar relacinada a outros orixás, a aroeira também é ligada a Exu  e tem aplicação nas obrigações de cabeça, nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas purificações de pedras. É usada como adstringente na medicina caseira, apressa a cura de feridas e úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho genital. Também é de grande eficácia nas lavagens genitais.

Avelós – Figueira-do-diabo: Seu uso se restringe a purificação das pedras do orixá antes de serem levadas ao assentamento; é usada socada. A medicina caseira indica esta erva para combater úlceras e resolver tumores.

Cana-de-açúcar: Suas folhas secas e bagaços são usadas em defumações para purificar o ambiente antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa defumação destrói energias negativas de eguns. Não possui uso na medicina caseira.

Comigo-ninguém-pode: São utilizadas em assentamentos de exus e como defesa de lares e comércios. Devemos ter cuidado, pois é extremamente venenosa. Tem o poder de dispersar e afastar energias negativas relacionadas a inveja de inimigos.

Figo do Inferno: Somente as folhas pertencentes a este vegetal são de Exu. Na liturgia, ela é o ponto de concentração de Exu. Não possui uso na medicina popular.

Folha da Fortuna: É empregada em todas as obrigações de cabeça, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abôs de quaisquer filhos-de-santo. Na medicina caseira é consagrada por sua eficácia, curando cortes, acelerando a cura nas cicatrizações, contusões e escoriações, usando as folhas socadas sobre os ferimentos. O suco desta erva, puro ou misturado ao leite, ameniza as conseqüências de tombos e quedas.

Jurubeba: Utilizada em banhos preparatórios de filhos recolhidos ao ariaxé. Na medicina caseira, o chá de suas folhas e frutos propiciam um melhor funcionamento do baço e fígado. É poderoso desobstruente e tônico, além de prevenir e debelar hepatites. Banhos de assentos mornos com essa erva propiciam melhores às articulações das pernas.

Mangueira: É aplicada nos banhos fortes e nas obrigações de ori, misturada com aroeira, pinhão-roxo, cajueiro e vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo. Ao terminar, vista uma roupa limpa. As folhas servem para cobrir o terreiro em dias de algumas funções. Na medicina caseira é indicada para debelar diarréias rebeldes e asma. O cozimento das folhas, em lavagens vaginais, põe fim ao corrimento.

Pau D’alho: Os galhos dessa erva são utilizados nos sacudimentos domiciliares e em banhos fortes, feitos nas encruzilhadas, misturadas com aroeira, pinhão branco ou roxo. Na encruzilhada em que tomar o banho, arrie um mi-ami-ami, oferecido a Exu, de preferência em uma encruzilhada tranqüila. Na medicina caseira ela é usada para exterminar abscessos e tumores. Usa-se socando bem as folhas e colocando-as sobre os tumores. O cozimento de suas folhas, em banhos quentes e demorados, é excelente para o reumatismo e hemorróidas.

Picão da Praia: Não possui uso ritualístico. A medicina caseira o indica como diurético e de grande eficácia nos males da bexiga. Para isso utilize-o sob a forma de chá.

Pinhão Roxo: Esta planta possui o grande valor de quebrar encantos e em algumas ocasiões substitui o sacrifício de Exu. É poderoso nos banhos de limpeza e descarrego, e também nos sacudimentos domiciliares, usando-se os galhos. Não possui uso na medicina popular.

Urtiga Vermelha: Participa em quase todas as preparações do ritual, pois entra nos trabalhos fortes, de descarrego e limpeza. É axé dos assentamentos de Exu e utilizada nos ebó de defesa. Esta planta socada e reduzida a pó, produz um pó benfazejo.

Xiquexique: Participa nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. São axé nos assentamentos de Exu e circundam os ebó de defesa. O povo indica esta erva para os males dos rins.

José Carlos Mello, dirigente da Irmandade Umbandista Luz de Aruanda.



sábado, 16 de julho de 2011

Julho, mês de Da Maria Mulambo das 7 Catacumbas na Irmandade Umbandista Luz de Aruanda

  
Salve toda a falange espiritual de Dona Maria Mulambo. Laroiê Moça, Mojubá.
      Neste mês de Julho, a I.U.L.A homenageou Da Maria Mulambo das 7 Catacumbas, moça enérgica, conselheira, amiga e de uma grande força espiritual. Dama que adora o preto e sabe apreciar o que é bom, mas não dispensa seu marafo na magia contra forças negativas que nos circundam. Guardiã que sempre foi uma mãe em meus caminhos, que sempre me defendeu da falsidade, que preza a verdade, doa a quem doer. Utilizo esta postagem para homenagear a toda falange de Da Maria Mulambo.
     Pombagira Da Maria Mulambo é uma guardiã que trabalha com certeza nos caminhos escuros, nos molambos espirituais que cada um de nós carregamos e não queremos desgrudar ( palavras dela ). São esses molambos, a ambição desmedida, o orgulho, a vaidade, a mentira, a hipocrisia, o preconceito, entre tantos outros lixos que compõem a cada um de nós, encarnados e desencarnados. É ela, junto com outros exus e moças, que trabalham limpando, que trabalham de forma incansável estes sentimentos e negatividades.
      Moça que conheceu a nobreza e a pobreza, que conheceu o que é viver no luxo e o que é viver sem ele. Estas experiências de vida em várias encarnações trouxe para esta Senhora, a sabedoria de trabalhar com o luxo e o lixo de cada um de nós. Direta ao falar, não gosta de dar voltas, ''braba'' com obcessores e kiumbas, fazendo ser respeitada pelo trabalho que exerce no espiritual. 
      Por trabalhar com energias densas, descarregando, encaminhando e doutrinando espíritos utiliza-se também de magias mais densas, por isso geralmente Da Mulambo incorporada bebe bastante, fuma bastante e gosta de trabalhar com tuia ( fogo de pólvora ).
      É uma pombagira que tem o conhecimento de magias antigas, de bruxarias praticadas por mulheres da idade média. Defensora de todas as mulheres e de todos aqueles excluídos e oprimidos. Trabalha também contra vícios, que não deixam de ser molambos em nossa sociedade. 
      É um espírito sábio, mas como todo exu, em evolução. Esta evolução depende de seus trabalhos juntamente com os médiuns que a incorporam. Por tanto Maria Mulambo não é má, não é egun de lixo, nada disso; é sim uma guardiã, uma defensora mágica. Maus são os que não pedem boas coisas a ela. Mas com certeza quem se utiliza de Maria Mulambo para trabalhos negativos é cobrado nesta vida mesmo, pois exu sabe o que é bom e o que não é; exu não se vende por presente... E com certeza esta guardiã quer caminhar, quer nos ensinar, quer nos fazer caminhar juntamente com ela para planos superiores de maiores compreensões entre os espíritos.
     Meu forte saravá e que a minha guardiã Dona Maria Mulambo das 7 Catacumbas seja sempre defensora de todos àqueles de bom coração...

Laroiê Exu Maria Mulambo!!! Mojubá.

As cores das rosas, seus encantos e magias...



       As rosas estão sempre presentes em ornamentações dentro de qualquer culto e qualquer cerimônia. São belas e harmônicas e nunca saem de moda. São os órgãos reprodutores das plantas, por isso são mágicas, chamam atenção, atraem pássaros e insetos, que auxiliam no trabalho sexual e atraem nossos olhares.
       Belas e delicadas elas transmitem cores e odores. Possuem encanto e propriedades provenientes das cores que alegram nossas vistas. Cada cor estimula um sentimento, acrescenta uma pitada de felicidade ao ambiente onde se instalam.
       Dentro das magias da umbanda, as rosas são utilizadas como decoração nos gongás e firmezas e com certeza não estão ali só para decorar; e também são utilizadas em banhos de energia e, até mesmo, em chás.

       Rosas Brancas trazem o sentido da Pureza e da Paz. Facilitam a paz interior e ajudam a entrar em conexão e contemplação com o eu interior. Protegem contra energias negativas, purificam os sentimentos, acalmam e trazem o sentido da compaixão estimulando o perdão. São ligada à harmonia e à espiritualidade superior. Podem ser usadas em crianças e até bebês. O banho com rosas brancas é eficaz contra alergias de pele e coceiras. Colocadas nos ambientes atuam contra as energias maléficas e acalmam as pessoas que estão ao seu redor. A rosa branca esta ligada a Iemanjá, a Oxalá, dependendo da situação a Oxum e até mesmo Nanã.

       Rosas amarelas significam Felicidade e Amizade. Tanto em banhos como colocadas em ambientes trazem bem estar, alegria, sensação de leveza e ajudam a ativar as energias universais da prosperidade. O banho equilibra o espírito e a mente e é excelente para limpeza espiritual. A rosa amarela esta ligada a Oxum e Iansã.

       Rosas cor de rosa estão ligadas à Amizade e ao Carinho. Facilitam a conexão com a chama trina e com a divindade interior. Desenvolvem sentimento de amor próprio, humildade e passividade. Ajudam a reconhecer os erros e a perdoar os fatos negativos da vida. A rosa cor de rosa está ligada a Iansã e aos Ibejis.

       Rosas vermelhas significam Amor e Paixão, são um modo mais direto de dizer “Eu amo” alguém, algo, a vida, o trabalho, ou qualquer outra coisa. São totalmente indicadas para as pessoas que perderam a paixão pela vida. Ajudam a desenvolver a sensualidade, e despertam a libido. É um banho estimulante que tem o poder de desbloquear os chacras e livrar a aura de miasmas espirituais, deixando a pessoa “descarregada” de energias negativas. É ótimo contra depressão. A rosa vermelha está ligada a Iansã, aos Ciganos e às Pombagiras.

       Rosas lilás estão ligadas a espiritualidade superior, a cura interna de males ocultos, a prisões contruídas por nós mesmos. Rosas lilás estão ligadas ao Orixá Nanã e trazem paz, sabedoria e equilíbrio espiritual a um ambiente perturbado nesse sentido.

       Rosas coral, salmom ou chá trazem sempre a alegria, todas são variantes de tons parecidos de cor; as mais escuras ligadas a Iansã e as de tons mais claras a Oxum. Celebram a alegria, as glórias e têm o poder de transformar tristeza em alegria; insatisfação em satisfação. São também ótimos estimulantes para a vida, renovam as esperanças e a fé.


José Carlos Mello, dirigente de culto umbandista

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CALENDÁRIO DE SESSÕES DA IRMANDADE UMBANDISTA LUZ DE ARUANDA - JULHO E AGOSTO DE 2011


IRMANDADE UMBANDISTA LUZ DE ARUANDA

CALENDÁRIO DE SESSÕES DO ANO DE 2011

SESSÕES DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO - SEMANALMENTE ÀS QUARTAS-FEIRAS E
GIRAS FESTIVAS - MENSALMENTE AOS SÁBADOS.

1ª QUARTA FEIRA DO MÊS – GIRA DE CABOCLOS E EXUS
2ª QUARTA FEIRA DO MÊS – GIRA DO POVO DO ORIENTE E CIGANOS
3ª QUARTA FEIRA DO MÊS – GIRA DE PRETOS VELHOS E IBEJADAS
4ª QUARTA FEIRA DO MÊS – ESTUDO E DESENVOLVIMENTO ( SÓ MEMBROS )
1 SÁBADO POR MÊS – LOUVOR A TODOS ORIXÁS E FESTIVIDADES

JULHO

07 – CORRENTE DA DONA MARIA MULAMBO DAS 7 CATACUMBAS – 19:00 H ( QUINTA-FEIRA )
13 – GIRA DO POVO DO ORIENTE E CIGANOS – 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
20 – GIRA DE PRETOS VELHOS E IBEJADAS– 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
27 – ESTUDO E DESENVOLVIMENTO – 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )

30 – Louvor aos Orixás, Homenagem a Nanã e Gira de Exus – 17:30 h ( SÁBADO )

AGOSTO

03 – GIRA DE CABOCLOS E EXUS – 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
10 – GIRA DO POVO DO ORIENTE E CIGANOS – 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
17 – GIRA DE PRETOS VELHOS E IBEJADAS– 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )
24 – ESTUDO E DESENVOLVIMENTO – 19:00 H ( QUARTA-FEIRA )

27 – Louvor aos Orixás, Homenagem a Obaluayê e Iemanjá e Gira de Exus – 17:30 h ( SÁBADO )

A CARTA CIGANA DO MÊS 07 DE 2011

       Nesta carta, aparece a figura ameaçadora de um grande urso. Ela representa a falsidade dos amigos. Também mostra a inveja de pessoas próximas e queridas.

MENSAGEM – Devemos ter cuidado com falsos amigos, do tipo “amigo-urso”. Sentimentos ruins como inveja, a cobiça podem interferir nas energias de nosso campo astral. A mensagem aqui também é para nós mesmos, muitas das vezes, podemos ser o urso em nossa vida ou na de outros - Aprenda a usar a sua força para conquistar e não para agredir.
No amor indica paixões violentas e oportunistas podendo gerar um desafeto. O "olho gordo", o "mau olhado", o quebranto.Cuidado com os falsos amigos. Pessoas ou situações que confiamos e que nos traem. Aqueles que se aproximam de nós para tirar proveito próprio, sobressaírem-se às nossas custas. A inveja. O "amigo-urso".
O Urso indica ciúme e despeito. Mostra a presença de uma pessoa próxima de nós, que na verdade, não nos aceita totalmente. Devemos ter cuidados com nossos próprios comentários sobre algo que planejamos fazer. Um mês de inconstâncias e irresponsabilidades, onde devemos ter cautela em relações, negócios e decisões.

EM CADA COR, UMA MAGIA - AS VELAS NO CULTO UMBANDISTA

                   Nossa religião, a UMBANDA, surgiu a partir de cultos afrobrasileiros praticados em nosso país desde a vinda dos negros africanos. O nome UMBANDA foi dado pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, através do médium Zélio Fernandino de Moraes, em Niterói, RJ. A partir daí diversos cultos chamados popularmente de “macumbas”, passaram a ser vistos nacionalmente como religião. A umbanda é a única religião brasileira; surgiu no Brasil, possuindo influências do catolicismo, do Kardecismo, da pajelança dos índios, do Budismo e diversas religiões orientais e, principalmente, dos cultos africanos aos orixás, hoje presentes nos candomblés. Percebemos que é uma religião fruto da miscigenação de cultos e crenças, tal qual é nossa nação, um mix de culturas e cores.
                A umbanda tem como objetivos de base: a caridade através do trabalho mediúnico; a ajuda ao próximo sem interesse; a evolução espiritual; a busca e o amor a Deus, em nós e na natureza que nos rodeia; o amor ao próximo; a fraternidade; a solidariedade e a compreensão de nossas vidas e de tudo que passamos, através das leis kármicas. A umbanda é uma religião espiritualista, crendo no espírito e em sua evolução. Como instrumentos de culto possui rituais e símbolos próprios como orações, preces, incorporação, passes, estudo, doutrina, oferendas, obrigações, entre muitos outros que a prática permite-nos ver e crer. É uma religião mágica, que crê e exerce a arte, a magia da cura dos males físicos e espirituais que nos rodeiam.
                A umbanda, como já mencionado, possui símbolos e elementos oriundos de diversos cultos. Vemos nos terreiros a presença dos santos católicos associados aos Orixás. Este sincretismo se deve a razões históricas, quando o negro não podia cultuar suas divindades e passou a cultuar os santos, associando-os aos orixás. Este sincretismo existe ainda na umbanda e cremos que com toda essa egrégora e num país de maioria católica, essa associação traz toda uma magia facilitadora para canalizarmos nossos orixás e, mais ainda, cremos que estes santos, como espíritos superiores, intercedem e iluminam nossas correntes. Mas é importante lembrar, santo católico não é orixá, ele representa o orixá em nossos gongás.
                               O elemento mais presente dentro dos trabalhos e giras ( sessões ) da umbanda é a vela. A Vela é o maior elemento e instrumento mágico presente na Umbanda. Praticamente nenhum trabalho é realizado sem a presença de pelo menos uma vela. A vela sintetiza os quatros elementos com destaque para o fogo e a terra.
                A principal intenção de uma vela é a iluminação, o caminho de luz. É a chama de uma vela que simboliza a presença da energia iluminada, a representação da energia que a entidade ou que nós estamos querendo trazer. Além disso, a vela é um elo, uma ligação entre aquele que está pedindo, aquele a quem o pedido é destinado, Orixá, Deus, entidade, e aquele para quem o pedido é, podendo ser a própria pessoa ou seu familiar, amigo, etc., ou seja, o destinatário do pedido. Por isso a importância da atenção e da concentração no momento de acendermos uma vela.
                A vela pela própria ação do fogo simboliza a magia: a terra sob a ação do fogo se transforma em ar e água.
O número das velas pode representar inúmeras situações. Desde a diferença entre questões materiais e espirituais, até a própria simbologia humana. Em geral utilizamos 7 velas, para que aquela ação, aquele pedido, aquele agradecimento entoem nas 7 linhas, nas sete emanações de Deus-uno onde tudo está concentrado.
E assim por diante.
                As cores das velas têm como significado principal a vibração original dos Orixás, assim verde para Oxossi, amarelo para Oxum, etc. Mas em determinados trabalhos as cores podem significar ouro, vida, paz, etc. E mesmo assim mantém em si a força do Orixá regente daquela cor.
                Temos que lembrar também que a ação de uma vela poderá ser ainda a consumação de determinada energia, a transmutação daquele estado em luz e calor. A Vela poderá ainda ser uma força de encaminhamento, de fluxo energético para resgatar e encaminhar espíritos. Poderá, também, ofuscar, destruir, intimidar espíritos malfazejos para que percebam a energia do amor e da luz Divina.
                Isso estamos falando da vela, mas em geral há uma combinação entre vela, fumo, comida, bebida, ponto riscado, etc. A união desses elementos produzirá uma variante de significados e de poderes amplos.
            Além da relação da cor da vela com os orixás, podemos citar outros significados com as cores das velas utilizadas nos trabalhos de umbanda:
                Branca: Quando o tipo de auxílio pretendido for de caráter familiar.Proporciona paz, harmonia, equilíbrio e afasta os maus fluidos.
                Azul: Quando o tipo de auxílio referir-se a dinheiro, negócio, trabalho ou profissão. Nos dá força, poder e fé para podermos trabalhar, conseguir realizar bons negócios, trazendo dinheiro e riqueza material.
                Amarela: Quando o tipo de auxilio estiver relacionado com os estudos. Estimula a inteligência, aguça a sabedoria e
amplia os horizontes intelectuais, trazendo o “ouro”.
                Rosa: Quando o tipo de auxilio objetivar os relacionamentos afetivos. Para encontrar a sua alma gêmea, fortalecer as relações de afeto e sempre que desejar dirigir bons fluidos a alguém.
                Verde: Quando o tipo de auxílio visar a saúde. Para invocar a boa saúde física, fartura, estimula a verdade e traz a calma.
                Vermelha: Quando o tipo de auxilio se relacionar com problema jurídico. Para proporcionar força, coragem e dinamismo e também nas situações emergenciais.
                Violeta: Quando o tipo de auxilio almejar a espiritualidade. Favorece a liberdade e tem o poder de transmutar o ódio em amor ou transformar o negativo em positivo.

domingo, 10 de julho de 2011

UMBANDA E SEXUALIDADE

O sexo, ato divino responsável pela procriação, pelo prazer, pela encarnação do amor, é algo polêmico no que diz respeito à religiosidade. Algumas religiões consideram algo sujo, impuro, pagão. É hábito dos mulçumanos, por exemplo, retirar o clitóris das mulheres; na igreja católica os padres e madres fazem voto de castidade; em alguns seguimentos evangélicos o corpo não pode ser explorado, tendo a mulher uma roupa apropriada para o ato sexual e dentro da umbanda e
candomblé é comum a expressão ‘corpo sujo’. Mas afinal fazer sexo é sujar o corpo? Por que é importante o resguardo, o preceito de sexo para uma sessão e para determinadas obrigações?


            Fazer sexo não é sujar o corpo, fazer sexo é conhecer o próprio corpo e o corpo alheio, é obter prazer carnal mesclando sentimentos, aumentando laços com quem se pratica. Faz parte da nossa natureza, assim Deus nos criou. Enquanto matéria possuímos desejos sexuais, basta observarmos a natureza, os animais. Porém é óbvio que o mau uso desta energia, energia sexual, pode nos aproximar de espíritos inferiores e nos causar muitos transtornos espirituais. O mau uso se dará a partir do momento em que o sexo for objeto de interesses maiores, distantes dos laços positivos, quando essa energia é usada para destruição ao invés da construção, como profissão, exagerado e/ou sem limites, neste caso a pessoa pode estar sendo vítima de obsessão ou atrairá obsessores viciados e presos à energia sexual até ela.

Mas se o sexo tem toda essa energia positiva, por que ele é proibido antes de trabalhos mediúnicos na umbanda e obrigações? Simples; o sexo traz um gasto de energia física, que poderia ser utilizada pelas entidades em trabalhos sérios, o sexo também traz uma troca de energia com quem se pratica, dessa forma, essa mistura de energia pode ser negativa para um trabalho espiritual, além do sexo nos deixar muito próximos da matéria e longe das energias espirituais por estarmos presos ao prazer do corpo. Dessa forma é regra em algumas casas da religião, o preceito de sexo 24 h antes de uma sessão e após obrigações. O preceito vai de acordo com o tipo delas e também varia de casa para casa. O preceito após obrigações se dá pelo motivo de que neste período as energias boas que estão sendo recebidas pelo espírito e pelo corpo precisam de um certo tempo para serem assentadas, para que os nossos chackras possam ser limpos e revitalizados. A energia sexual nesses casos poderia interromper esse processo, por ser intensa e ligada ao corpo.

Da mesma forma restringimos o uso de carne animal antes de trabalhos e depois de obrigações, para que o corpo esteja o mais ‘leve’ possível. Sabemos bem, que carnes vermelhas demoram a serem digeridas. Muito de nossa energia é gasta nesse processo. É importante ressaltar de que a umbanda não é uma religião ligada à bíblia, enxergamos a bíblia como um livro importante sim, mas devemos estar atentos de que muito escrito nela foi escrito por homens, como nós e é comum quando escrevemos, impor idéias e visões nossas, que muitas das vezes não são as de Deus, certo?! Logo nem a umbanda e nem o candomblé vêem como aberração e pecaminosos relações e relacionamentos sexuais, de quaisquer natureza, hetero ou homossexuais, desde que o respeito e o bom senso imperem. Deus está dentro de nós e a cabeça e a mente de cada um é capaz de julgar o que é certo ou errado; o Divino fala conosco através de nossa consciência. 

Uma observação importante é que cada casa tem seu dirigente e mentor espiritual, por tanto, não é estranho que cada tenda umbandista tenha suas regras e opiniões particulares. 


José Carlos Mello, dirigente de culto
umbandista.