Nossa religião, a UMBANDA, surgiu a partir de cultos afrobrasileiros praticados em nosso país desde a vinda dos negros africanos. O nome UMBANDA foi dado pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, através do médium Zélio Fernandino de Moraes, em Niterói, RJ. A partir daí diversos cultos chamados popularmente de “macumbas”, passaram a ser vistos nacionalmente como religião. A umbanda é a única religião brasileira; surgiu no Brasil, possuindo influências do catolicismo, do Kardecismo, da pajelança dos índios, do Budismo e diversas religiões orientais e, principalmente, dos cultos africanos aos orixás, hoje presentes nos candomblés. Percebemos que é uma religião fruto da miscigenação de cultos e crenças, tal qual é nossa nação, um mix de culturas e cores.
A umbanda tem como objetivos de base: a caridade através do trabalho mediúnico; a ajuda ao próximo sem interesse; a evolução espiritual; a busca e o amor a Deus, em nós e na natureza que nos rodeia; o amor ao próximo; a fraternidade; a solidariedade e a compreensão de nossas vidas e de tudo que passamos, através das leis kármicas. A umbanda é uma religião espiritualista, crendo no espírito e em sua evolução. Como instrumentos de culto possui rituais e símbolos próprios como orações, preces, incorporação, passes, estudo, doutrina, oferendas, obrigações, entre muitos outros que a prática permite-nos ver e crer. É uma religião mágica, que crê e exerce a arte, a magia da cura dos males físicos e espirituais que nos rodeiam.
A umbanda, como já mencionado, possui símbolos e elementos oriundos de diversos cultos. Vemos nos terreiros a presença dos santos católicos associados aos Orixás. Este sincretismo se deve a razões históricas, quando o negro não podia cultuar suas divindades e passou a cultuar os santos, associando-os aos orixás. Este sincretismo existe ainda na umbanda e cremos que com toda essa egrégora e num país de maioria católica, essa associação traz toda uma magia facilitadora para canalizarmos nossos orixás e, mais ainda, cremos que estes santos, como espíritos superiores, intercedem e iluminam nossas correntes. Mas é importante lembrar, santo católico não é orixá, ele representa o orixá em nossos gongás.
O elemento mais presente dentro dos trabalhos e giras ( sessões ) da umbanda é a vela. A Vela é o maior elemento e instrumento mágico presente na Umbanda. Praticamente nenhum trabalho é realizado sem a presença de pelo menos uma vela. A vela sintetiza os quatros elementos com destaque para o fogo e a terra.
A principal intenção de uma vela é a iluminação, o caminho de luz. É a chama de uma vela que simboliza a presença da energia iluminada, a representação da energia que a entidade ou que nós estamos querendo trazer. Além disso, a vela é um elo, uma ligação entre aquele que está pedindo, aquele a quem o pedido é destinado, Orixá, Deus, entidade, e aquele para quem o pedido é, podendo ser a própria pessoa ou seu familiar, amigo, etc., ou seja, o destinatário do pedido. Por isso a importância da atenção e da concentração no momento de acendermos uma vela.
A vela pela própria ação do fogo simboliza a magia: a terra sob a ação do fogo se transforma em ar e água.
O número das velas pode representar inúmeras situações. Desde a diferença entre questões materiais e espirituais, até a própria simbologia humana. Em geral utilizamos 7 velas, para que aquela ação, aquele pedido, aquele agradecimento entoem nas 7 linhas, nas sete emanações de Deus-uno onde tudo está concentrado.
E assim por diante.
As cores das velas têm como significado principal a vibração original dos Orixás, assim verde para Oxossi, amarelo para Oxum, etc. Mas em determinados trabalhos as cores podem significar ouro, vida, paz, etc. E mesmo assim mantém em si a força do Orixá regente daquela cor.
Temos que lembrar também que a ação de uma vela poderá ser ainda a consumação de determinada energia, a transmutação daquele estado em luz e calor. A Vela poderá ainda ser uma força de encaminhamento, de fluxo energético para resgatar e encaminhar espíritos. Poderá, também, ofuscar, destruir, intimidar espíritos malfazejos para que percebam a energia do amor e da luz Divina.
Isso estamos falando da vela, mas em geral há uma combinação entre vela, fumo, comida, bebida, ponto riscado, etc. A união desses elementos produzirá uma variante de significados e de poderes amplos.
Além da relação da cor da vela com os orixás, podemos citar outros significados com as cores das velas utilizadas nos trabalhos de umbanda:
Branca: Quando o tipo de auxílio pretendido for de caráter familiar.Proporciona paz, harmonia, equilíbrio e afasta os maus fluidos.
Azul: Quando o tipo de auxílio referir-se a dinheiro, negócio, trabalho ou profissão. Nos dá força, poder e fé para podermos trabalhar, conseguir realizar bons negócios, trazendo dinheiro e riqueza material.
Amarela: Quando o tipo de auxilio estiver relacionado com os estudos. Estimula a inteligência, aguça a sabedoria e
amplia os horizontes intelectuais, trazendo o “ouro”.
Rosa: Quando o tipo de auxilio objetivar os relacionamentos afetivos. Para encontrar a sua alma gêmea, fortalecer as relações de afeto e sempre que desejar dirigir bons fluidos a alguém.
Verde: Quando o tipo de auxílio visar a saúde. Para invocar a boa saúde física, fartura, estimula a verdade e traz a calma.
Vermelha: Quando o tipo de auxilio se relacionar com problema jurídico. Para proporcionar força, coragem e dinamismo e também nas situações emergenciais.
Violeta: Quando o tipo de auxilio almejar a espiritualidade. Favorece a liberdade e tem o poder de transmutar o ódio em amor ou transformar o negativo em positivo.
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